Efetivamente, não foi uma manifestação trivial, assim como as manifestações em junho de 2013 não foram. São alertas que foram causados pela paralisia decisória do governo. O presidencialismo depende fundamentalmente da liderança do presidente da República, é ele quem pauta o poder.
Há uma paralisação do executivo, que não exerce liderança, não pauta a sociedade, e com isso está cedendo espaço para que outros atores políticos tomem conta do processo de decisão. Isso traz problemas e, se continuar, é pior. Estamos há dois meses com o processo decisório emperrado, e o governo tem decisões prementes a tomar.
Não estou negando nem desconhecendo que a situação política, por conta da Operação Lava Jato, complica as coisas. É um problema difícil, mas o governo precisa fazer sua parte. É preciso conversar com a população e com os aliados, ter mais rapidez, mais liderança, e sair do corner.