Chalita quer apoio de Netinho em SP sem o compromisso de ceder a vice

Peemedebista propôs que a escolha do seu vice seja feita baseada em pesquisas

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Por Felipe Frazão
Atualização:

SÃO PAULO - Sem ter acertado acordo com o ex-deputado Celso Russomanno (PRB) para aliança no primeiro turno das eleições municipais, o deputado federal e pré-candidato do PMDB a prefeito de São Paulo, Gabriel Chalita, admitiu nesta terça-feira, 8, que passará a disputar, principalmente com PRB e PT, o apoio do vereador Netinho de Paula (PC do B).

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Chalita nega, no entanto, que o entendimento esteja condicionado à concessão do posto de vice ao vereador, tido como um "ótimo nome'': "O Netinho não exigiu a vice, ele tem sido muito flexível."

Netinho foi o primeiro pré-candidato à Prefeitura a dizer que aceita ser vice em prol de uma aliança com Chalita ou Russomanno. Além disso, há conversas com o PT, porque o PC do B integra a base do governo federal. Mas, segundo Chalita, o PMDB não colocou o posto em negociação.

"O que o PMDB tem falado aos partidos é que a gente quer fazer uma aliança forte e depois, juntos, escolher o candidato a vice. Em nenhum momento a gente chega para o partido oferecendo a vice, porque a gente quer ganhar a eleição. E a gente mostra isso para o partido", disse Chalita.

O peemedebista propôs ontem que a escolha do vice seja feita baseada em pesquisas e em uma análise com os partidos aliados para definir qual político "agrega mais" à candidatura. Netinho de Paula e Celso Russomanno haviam feito proposta semelhante: queriam se juntar a Chalita e decidir quem seria o candidato a prefeito somente em junho, depois de avaliarem as posições em pesquisas eleitorais. Chalita não aceitou.

Por isso, Russomanno decretou o fim das conversas para apoio a Chalita logo no primeiro turno. Para o segundo, ambos firmaram compromisso de união, caso apenas um dos dois chegue à tal fase do pleito. "A gente pode conversar, mas nenhum dos dois (eu e Russomanno) tinha a menor disposição de abrir mão da candidatura. Vamos disputar", disse Chalita.

Olho no apoio sindical. Chalita visitou ontem o Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo. O peemedebista ouviu reclames dos líderes de pontos de táxi e do presidente da entidade, Natalício Bezerra. De olho nos votos dos cerca de 33 mil taxistas que compõem a frota paulistana, Chalita prometeu rever a obrigação de os novos táxis serem identificados por uma faixa quadriculada nas cores amarela e preta na lateral. Desde o ano passado, a Prefeitura obrigou - por uma portaria da Secretaria Municipal de Transportes - os novos taxistas a pintar a faixa na lataria dos carros como condição para receber a licença e começar a rodar. O custo fica em torno de R$ 80, mas a categoria avalia que desvaloriza o veículo. "Acho absolutamente desnecessária essa faixa. O táxi branco é muito mais bonito. Revogaria (a portaria) sem nenhum problema. Em todas as categorias, senão prejudica a cidade, tem que atender a categoria", disse Chalita.

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O peemedebista prometeu ainda estudar uma autorização para os taxistas transferirem os alvarás concedidos em sorteio pela Prefeitura para outras pessoas - outro pedido dos taxistas. Questionado, Chalita evitou se comprometer a rever a permissão de taxistas circularem com passageiros por corredores de ônibus, medida que os desagradaria. "Precisa de estudo mais amplo (para decidir), porque precisa dobrar o número de corredores de ônibus", disse Chalita. A gestão Gilberto Kassab (PSD) tem renovado uma autorização provisória que facilita o deslocamento dos taxistas nas faixas exclusivas para coletivos.O presidente Natalício Bezerra afirmou a Chalita, porém, que sindicato não escolheu o pré-candidato que vai apoiar ao Executivo. O líder sindical prometeu receber todos os políticos na corrida eleitoral.

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