
21 de maio de 2012 | 15h38
Pré-candidato do PMDB a prefeito de São Paulo, o deputado federal Gabriel Chalita criticou nesta segunda-feira, 21, a doação de um terreno degradado no bairro da Luz, centro da capital paulista, ao Instituto Lula. No local, onde funciona um estacionamento e há um terreno baldio, deve ser criado a sede da entidade e o Memorial da Democracia com parte do acervo pessoal do ex-presidente. Chalita tenta se aproximar da imagem de Lula, que será homenageado e receberá o título de cidadão paulistano nesta noite na Câmara Municipal.
"Não precisava fazer isso. Não sei se é necessário", disse Chalita logo depois de uma reunião com dirigentes da Associação Viva o Centro - entidade que cobra e propõe políticas públicas para a região central. "Já que foi aprovado pela Câmara, né? Se fizer um belo instituto lá para a população usufruir como área cultural... Já está feito."
A doação do imóvel de 4 mil metros quadrados ao lado da cracolândia à instituição de Lula partiu do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Ele mesmo levou ao Legislativo o projeto de lei que dá a concessão do terreno por 99 anos ao Instituto Lula. A área foi avaliada em R$ 20 milhões.
Em paralelo, Chalita tem tentado se colocar eleitoralmente como uma alternativa ao adversário e pré-candidato do PT, Fernando Haddad. Para tanto, Chalita faz questão de dizer que trabalhou pela eleição da presidente da República, Dilma Rousseff, e que o próprio Lula o considera um candidato da base governista.
Chalita defendeu que haja uma política pública na concessão de benefícios a institutos privados. Segundo ele, deveria ser uma ação mais ampla, com outros institutos culturais, que não atenda somente a interesses particulares de uma ou outra entidade. "Não é isso (doar um terreno ao Instituto Lula) que vai revitalizar o centro", afirmou o peemedebista.
O deputado também criticou o projeto de requalificação urbana Nova Luz, que para ele é muito restrito a um trecho do centro. Criado na gestão Kassab, o Nova Luz prevê a participação do setor privado - com direito de desapropriação de imóveis para reformar e reconstrução - na reurbanização de 45 quarteirões no bairro. A iniciativa sofre críticas de associações de comerciantes locais, como a da Santa Ifigênia.
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