CGU pede lista de 750 obras na mira de doleiro

Ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage afirmou ter feito pedido formal à Justiça para ter acesso à planilha encontrada com Alberto Youssef

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Por Erich Decat
Atualização:

Brasília - O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, afirmou nesta segunda-feira, 8, que pediu à Justiça a acesso à planilha encontrada com o doleiro Alberto Youssef em que constariam informações sobre 750 contratos envolvendo grandes empreiteiras do País e órgãos públicos. O pedido foi feito formalmente ao juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato.

Sérgio Moro afirmou na semana passada que existem indícios de que os crimes de corrupção e propinas "transcenderam a Petrobrás". "Já solicitamos ao juiz Sérgio Moro no final da semana passada essa famosa planilha das 750 obras de que temos notícias pelo jornal. Nem todas elas federais, também estaduais, internacionais etc", afirmou Hage.

Ministro da CGU Jorge Hage quer acesso a planilha de Alberto Youseff Foto: Divulgação

Alvo central da Lava Jato, Youssef fez acordo de delação premiada e relatou a ação do cartel das empreiteiras na estatal petrolífera. A planilha com os dados sobre contratos foi apreendida no dia 15 de março, quando a Lava Jato foi deflagrada. Na análise dele, em princípio, não é necessário que haja paralisação das obras investigadas. "As penas que a lei prevê não implicam necessariamente a interrupção de obras que estão em andamento. Implicam impedimento de licitar ou contratar novas obras", disse. Presente no evento, o subprocurador-geral da República Nicolao Dino classificou as irregularidades encontradas na Petrobrás como "o maior caso de corrupção já visto no País". Sem citar nomes, Dino confirmou que o Ministério Publico Federal encaminhará à Justiça pedido de ações contra os envolvidos no esquema da estatal. "Nesta semana o MPF ajuizará mais de uma dezena de ações penais e ações de improbidade contra responsáveis pelo esquema de corrupção da Petrobrás".

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