CFM julga médicos acusados de negligência

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Conselho Federal de Medicina (CFM) deve julgar hoje, um dia antes do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, um polêmico processo contra os médicos José Carlos Filho, Jairo Furtado e Luiz Eduard Grusolia de Oliveira. Eles são acusados pelo Fórum de Saúde Mental de Minas Gerais pela morte da paciente Maria de Lourdes Viveiros Inácio, ocorrida em janeiro de 1995. Os três, denunciados por negligência e imperícia médica, foram absolvidos pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), de Minas, e o caso foi levado ao conselho federal. De acordo com a ação impetrada no CFM pelo Fórum de Saúde Mental, Maria Viveiros Inácio, portadora de doença mental, foi internada no Hospital Psiquiátrico de Barbacena (MG) com quadro de diarréia e desidratação. Mas acabou submetida a tratamento de eletrochoque a seco (sem anestesia). Por causa da sessão de eletrochoque, Maria Viveiros Inácio teve convulsões, sofreu fraturas ósseas só constatadas depois de oito dias, além de trombose. O agravamento do quadro clínico obrigou os médicos a realizarem uma cirurgia para correção da fratura, sendo inclusive necessária a administração de remédios anticoagulantes. Mas, segundo o Fórum de Saúde Mental, a medicação foi mal aplicada, causando a morte da paciente por hemorragia. A assessoria de imprensa do CFM informou que o presidente da entidade, Edson de Oliveira Andrade, não poderia falar sobre o caso antes da sessão, porque o processo corre em segredo de Justiça. O ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Nilmário Miranda (PT-MG), mandou carta a Andrade pedindo pressa no julgamento do caso envolvendo os três médicos mineiros. O CFM também recebeu de outros parlamentares manifestações sobre o caso, que virou emblema da briga para acabar com as internações de doentes mentais no País.

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