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Cetesb calcula 45 casos de contaminação em Paulínia

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo menos 45 pessoas, ou cerca de 25% dos moradores do bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia, estão diretamente expostas aos riscos de contaminação por defensivos agrícolas do tipo drin, segundo números divulgados pela Cetesb. As substâncias foram lançadas ao solo pela Shell Química do Brasil, que operou no bairro entre 1976 e 1992. Esses moradores vivem em 16 chácaras próximas da antiga adutora da Shell, local onde a Cetesb determinou a retirada de 1.200 toneladas de solo e a construção de barreiras hidráulicas para conter o avanço da contaminação. A medida foi confirmada ontem pelo assistente-executivo da direção de Controle de Poluição da companhia, Geraldo Amaral Filho. A decisão de remover o solo contaminado foi recebida com repúdio pela Secretaria de Desenvolvimento e Meio Ambiente de Paulínia. O secretário Henrique Padovani entrou anteontem com um ofício solicitando ao órgão estadual que a proposta seja interrompida. Ele alega que há uma lei municipal que requere autorização do município para qualquer atividade que envolva recursos naturais. Segundo Amaral Filho, a lei não pode ser aplicada à atual situação. ?Não precisamos de licença, pois não vamos desenvolver atividades poluidoras. Estamos recuperando uma área degradada.? A Shell também vê com cautela a determinação da Cetesb. A empresa acha que a retirada da terra pode causar um problema ambiental. Amaral Filho, no entanto, acha que a medida deve resolver o problema de contaminação das chácaras. ?Não haverá dano ambiental?, garantiu. Segundo ele, a contaminação será atacada em duas frentes: com a retirada da terra serão removidos os resíduos tóxicos, enquanto as barreiras servirão para remediar a água do lençol freático. Exames ? Os residentes do Recanto dos Pássaros querem que a Shell se responsabilize pela realização de exames médicos para descobrir se os moradores estão contaminados. Desde o ano passado, 13 moradores registraram boletins de ocorrência nos quais afirmam terem sido vítimas de contaminação. Agora, toda a população quer ter acesso a exames específicos. Segundo Amaral Filho, serão submetidos a análises médicas apenas os moradores das 16 chácaras da área de risco.

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