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Cerveró transferiu três apartamentos para parentes, confirma advogado

Ex-diretor da Petrobras doou imóveis para parentes 45 dias antes de o TCU determinar o bloqueio do patrimônio

Por Fernanda Nunes
Atualização:

O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, doou três imóveis em Ipanema, zona sul do Rio, para parentes 45 dias antes de o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar o bloqueio do patrimônio dele e de outros nove executivos da estatal apontados como responsáveis por um prejuízo de quase US$ 800 milhões com a compra da refinaria de Pasadena, no Texas. O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, confirmou a transferência dos imóveis e garantiu que o ex-diretor ainda tem imóveis em seu nome. Entretanto, não sou informar exatamente o número. Matéria publicada pelo Globo Online afirma que, além de Cerveró, também a presidente da Petrobras, Graça Foster, também teria transferido três imóveis após estourar o escândalo de Pasadena. Graça teria passado a seus filhos, Flavia Silva Jacua de Araújo e Colin Silva Foster, imóveis nos bairros da Ilha do Governador, no Rio Comprido e outro na Praia de Manguinhos. Procurada por volta das 16h, a assessoria de imprensa da Petrobras não se posicionou sobre o caso. A matéria informa que as primeiras duas doações aconteceram em 20 de março deste ano, um dia após a presidente Dilma Rousseff admitir que aprovou a compra da refinaria por conta de um "parecer falho" elaborado por Nestor Cerveró. A última transação teria acontecido em 9 de abril.

Cerveró passou imóveis para parentes com medo de ter bens bloqueados Foto: Dida Sampaio/Estadão

Por causa da indefinição por parte do TCU sobre a inclusão da presidente da Petrobras, Graça Foster, no processo, o advogado Edson Ribeiro explica que Cerveró e os demais ex-diretores que participaram das negociações pela aquisição da refinaria ainda não foram notificados sobre a determinação de bloqueio dos bens. Portanto, ainda podem vender patrimônio sem que isso seja considerado ilegal, afirma. "Qualquer um pode dispor dos seus bens, mas não é essa a intenção. Não vai ser passado nenhum patrimônio. Daqui para frente não há porque se desfazer de nada", afirmou o advogado. Ribeiro pondera que Cerveró resolveu agir como o seu pai, que passou os seus bens aos herdeiros ainda em vida. Ele argumenta ainda que não havia como, na data de doação dos bens, em 10 de junho, 45 dias antes do TCU informar sobre a decisão de bloqueio dos bens, adivinhar que o Tribunal tomaria essa decisão. "Não poderia passar pela cabeça dele. Se fosse para esconder, não passaria para herdeiros e nem ficaria com outros imóveis", alegou.

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