Cerveró não tem data para depor na PF

Ex-diretor da Petrobrás só deve depor depois que sua defesa tiver acesso aos documentos apreendidos nas buscas realizadas pela polícia em suas propriedades

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Por Julio Cesar Lima
Atualização:
Preso desde 14 de janeiro de 2015, o ex-diretor da Petrobrás foi condenado a 23 anos, 11 meses e 10 diasporcorrupção passiva e lavagem de dinheiro.A Procuradoria diz que, em conluio com o lobista Fernando Baiano (apontado como operador do PMDB), articulou o recebimento de US$ 30 milhões em propinas relativos à contratação de navios-sonda. Ex-diretor da área Internacional da Petrobrás entre 2003 e 2008, ele foi indicado pelo PMDB. Entre 2008 e março de 2014, Cerveró comandou a BR Distribuidora, subsidiária da estatal e participou do processo de compra da refinaria de Pasadena (EUA).Cerveró nega acusações e afirma desconhecer qualquer tipo de irregularidade na Petrobrás. Foto: André Dusek/Estadão

Curitiba - O depoimento do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, inicialmente previsto para esta segunda-feira, 19, foi adiado por tempo indeterminado. Cerveró, que está preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), deverá depor, segundo seu advogado de defesa, Beno Brandão, somente depois que a defesa tiver acesso aos documentos apreendidos nas buscas realizadas pela polícia nas propriedades do ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás.

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Além disso, a defesa do ex-diretor deve ir à Justiça em Brasília, para que ele seja colocado em liberdade. O advogado quer recorrer da decisão do 4º Tribunal Regional Federal (TRF), que negou o pedido de liberdade.

"A Bombardier Transportation nunca manteve qualquer relacionamento com o Sr. Alberto Yousseff e tampouco realizou pagamentos a quaisquer empresas controladas por ele. A Bombardier opera segundo os mais altos padrões de ética corporativa em todos os países onde está presente."

Delação. Na avaliação da defesa do ex-diretor da área Internacional da estatal, não há motivo para ele fazer acordo de colaboração com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, responsáveis pela condução das investigações no âmbito da Operação Lava Jato.

"Não acredito que o Nestor possa fazer uma delação. Os fatos da Lava Jato são pós 2008 e o Nestor Cerveró saiu em março de 2008 da Petrobrás. Quem estava na área Internacional de 2008 até agora não era ele. Então, não vejo como o Nestor possa contribuir com relação a esse período. Quem deveria ser ouvido são os sucessores dele", afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Edson Ribeiro, advogado do ex-diretor.

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