Centro brasileiro ajuda no combate à aids em Moçambique

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Por Agencia Estado
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Mulheres, crianças e adolescentes são o próximo alvo do projeto de combate à aids que está sendo implantado em Moçambique sob a coordenação do Centro de Controle de Investigação Imunológica Antônio Carlos Corsini, de Campinas, referência mundial na luta contra a doença. Nesta quarta-feira, a diretora do Corsini, Silvia Bellucci, embarca para Moçambique para dar início à nova fase do programa. O convênio entre a instituição campineira e o país africano foi firmado no ano passado. A Organização Não-Governamental (ONG) Fundação Para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) promoveu uma análise de várias entidades que trabalham com aids e escolheu o Corsini para auxiliar na criação de programas de prevenção e controle da doença. A parceria tem duração de dois anos, até junho de 2004. Nesse período, a FDC irá aplicar US$ 11 milhões em projetos de combate à aids em Moçambique. No dia 1º de dezembro do ano passado foi inaugurado no país africano o Alô Vida, um serviço por telefone de informações sobre aids, doenças sexualmente transmissíveis e outra de questões sexuais. O Alô Vida foi implantado nos moldes do Teleaids (0800-111213) do Corsini, único do Brasil que disponibiliza voluntários treinados para sanar dúvidas dos usuários do serviço. Os voluntários do teleaids atendem em média, por mês, 4 mil telefonemas de pessoas de todo o País. A próxima etapa da parceria prevê treinamento de profissionais que trabalham com mulheres, crianças e adolescentes para orientar sobre a importância da prevenção à aids. Segundo informou o Corsini, 60% da população de Moçambique, de 17 milhões de habitantes, tem menos de 16 anos. O treinamento inclui professores e funcionários de escolas do país. De acordo com Silvia, a estimativa é de que cerca de 15% da população de Moçambique esteja infectada pelo HIV. Ela explicou que os dados disponíveis indicam 6% de doentes no Norte, 22% no Centro e 13% no Sul do país. Para a diretora, a região sul é prioritária por servir de ?corredor de tráfico? da doença. Ela comentou que o programa busca o fortalecimento e a mobilização da sociedade civil no combate à doença. Silvia lembrou a falta de medicamentos antiretrovirais, e a situação de pobreza do país contribuem para agravar a situação dos doentes. O Corsini existe há 15 anos em Campinas e atua na prevenção à aids, assistência aos doentes, capacitação de profissionais e voluntários. O orçamento médio por ano da instituição campineira é de R$ 2 milhões, obtidos a partir de projetos, eventos, sócios contribuintes e participação de empresas, entre outras fontes. Os próximos projetos do Corsini serão a construção de um abrigo para crianças com o vírus HIV e da sede própria, que incluirá um hospital.

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