Central ligada ao PMDB pede saída de Levy a Temer

Comunicado afirma que medidas da equipe econômica penalizam setor produtivo e alfineta o ministro, ex-executivo do Bradesco, ao dizer que enquanto vários setores da economia como indústria e comércio registram quedas, setor bancário aumenta lucros

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Por Ricardo Galhardo
Atualização:

Horas antes de se reunir com o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), ligada ao partido do vice, divulgou um comunicado no qual pede expressamente a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

"Não é possível seguirmos este receituário da equipe econômica que derrotamos nas urnas, mas cujos ideólogos foram guindados ao comando da economia. Cortes, juros e desemprego! O setor produtivo está penalizado. O setor financeiro lucra como nunca”, disse o presidente da central, Antonio Neto, integrante da direção nacional do PMDB, segundo o comunicado.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS

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O vice receberá mais de 100 sindicalistas ligados à CSB em jantar no palácio do Jaburu na noite desta quarta-feira, 9. 

De acordo com o comunicado, os sindicalistas também são contrários ao aumento do Imposto de Renda defendido por Levy, ontem, em Paris, e alfineta o ministro, ex-executivo do Bradesco, ao dizer que enquanto vários setores da economia como indústria e comércio registram quedas, o setor bancário continua aumentando seus lucros.

"Enquanto a indústria recuou mais de 6% no primeiro semestre, o comércio registrou a maior queda nas vendas desde 2003. O desemprego ameaça mais de 1 milhão de trabalhadores, o lucro dos bancos bateu recordes. Somados, os ganhos dos quatro maiores bancos cresceram mais de 40% no primeiro semestre em comparação com os primeiros seis meses de 2014. Isso está errado. Não é possível que o Levy ache que está certo. Por que milhões de trabalhadores, milhares de empresários, devem ser sacrificados para aumentar o lucro dos bancos?", pergunta Antonio Neto.

Ontem, em reunião com peemedebistas, Temer afirmou ser contra a adoção de “remédios amargos” como saída da crise, ao contrário do que a presidente Dilma Rousseff disse em mensagem divulgada pela Internet no dia 7 de setembro. O pedido de saída do ministro está no título do comunicado distribuído pela CSB: “após empresários, trabalhadores pedem saída de Levy a Temer”. Já o corpo do texto afirma que o encontro acontece “depois de empresários defenderem mudanças na política econômica” também em reunião com Temer.

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