Centrais sindicais querem salário mínimo de R$ 420

A reivindicação corresponde a um aumento de 20%. Segundo informação publicada em o Estado, governo propõe aumento de 7,14%, elevando o mínimo para R$ 375

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Por Agencia Estado
Atualização:

As principais centrais sindicais do País definiram nesta quinta-feira o valor que pretendem negociar com o governo federal e o Congresso para o salário mínimo no País em 2007. Após reunião realizada durante a manhã, na capital paulista, as centrais decidiram que vão lutar para que o mínimo passe dos atuais R$ 350 para R$ 420. Se confirmado, o novo valor corresponderia a um reajuste de 20%, superior ao aumento, de 16,6%, concedido pelo governo em 2006. Segundo informação publicada nesta quinta-feira, no Estado, nos novos parâmetros para o Orçamento 2007 - elaborados pelo Ministério da Fazenda e encaminhados ao Congresso na semana passada -, o governo manteve o reajuste de 7,14% para o salário mínimo, superior ao que determina a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Com o reajuste de 7,14%, o piso salarial passará para R$ 375 em abril e ficará R$ 7 ou R$ 10 acima do previsto na lei. Se a regra fosse obedecida, o piso salarial teria reajuste de 4,3% a 5,04% no próximo ano, passando dos atuais R$ 350 para R$ 365 ou R$ 368. Além da correção do mínimo, as centrais sindicais também decidiram que vão defender um reajuste de 7,77% para a tabela do Imposto de Renda de 2007. Este porcentual, de acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, corresponde à defasagem da tabela durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. O dirigente ressaltou, no entanto, que serão pleiteadas também perdas do governo Fernando Henrique Cardoso. Participaram da reunião desta quinta-feira, além da Força, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e a Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT). Manifestações As centrais destacaram que, com as estimativas de que o crescimento da economia será aquém das expectativas, os sindicalistas resolveram fazer manifestações também nos Estados, além da Marcha de São Paulo a Brasília pelo Reajuste do Salário Mínimo, que deverá ocorrer no dia 6 de dezembro. "O salário mínimo é tema fundamental para o crescimento econômico e a para a distribuição de renda. Esta ação tem possibilitado que as centrais e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) se firmem como atores centrais na luta para um salário mínimo cada vez mais justo", disse o presidente da CUT, Arthur Henrique da Silva Santos. Os sindicalistas decidiram fazer um cartaz para divulgar o evento e um documento que será entregue aos trabalhadores e aos congressistas. De acordo com Juruna, o reajuste de 20% para o mínimo tem como objetivo melhorar a renda e o poder de compra dos trabalhadores. "Queremos criar um debate para a elaboração de um projeto de longo prazo para os reajustes do salário mínimo", acrescentou. Segundo o presidente da CUT, a campanha do salário mínimo brasileira é a "maior do mundo", pois 22 milhões de trabalhadores vivem com apenas um salário e 11 milhões recebem até dois salários. "Quando as centrais tomam as rédeas de um processo como este, elas estão acabando com o leilão do salário mínimo, que, normalmente, é feito por deputados e senadores, em busca de holofotes", comentou.

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