Celso Amorim pede mais recursos para o Itamaraty

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Por Agencia Estado
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O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, apresentou à área econômica e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um pedido de ampliação das verbas para o Itamaraty e adiantou que espera uma resposta positiva. "Espero que a sensibilidade deles se traduza em cheque", diz o chanceler, com humor, quando questionado sobre as restrições orçamentárias. O chanceler conta com um argumento mais consistente que o de seus colegas submetidos à penúria pelo ajuste fiscal - seu ministério é o único que tem boa parte de suas despesas em dólares, com as estruturas de embaixadas, consulados e missões no exterior. Na última quarta-feira, em audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, o chanceler queixou-se mais uma vez e disse que o Itamaraty "faz o que pode" para se manter. A crise provocada pelo orçamento curto afeta igualmente o Palácio do Itamaraty, em Brasília. A maior parte das remoções de diplomatas e oficiais de chancelaria ao exterior neste primeiro semestre está atrasada por falta de recursos para custear as mudanças. Logo no início do ano, o Itamaraty já previa dificuldades para cobrir todos os seus gastos em 2003. O Orçamento da União previa para o ministério um total de R$ 477,8 milhões para despesas de custeio. Com o contingenciamento autorizado pela área econômica, o ministério perdeu R$ 59,7 milhões. Em anos anteriores, o Orçamento do Ministério alcançava R$ 700 milhões. Crise - Amorim não é o primeiro ministro de Lula a se queixar da escassez de verba. Ontem, o ministro da Educação, Cristovam Buarque, foi repreendido publicamente por pedir mais R$ 5,7 bilhões para a pasta. Lula respondeu, durante cerimônia, que "quem tem pressa come cru". O ministro da Defesa, José Viegas Filho, e o da Cultura, Gilberto Gil, também reclamam da falta de dinheiro. Viegas diz que as Forças Armadas estão no limite da defasagem. Gil afirma que com a pequena verba destinada a Cultura, o ministério acaba dependendo do dinheiro dos patrocínios das empresas estatais, que não é controlado pelo ministro.

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