Celso Amorim crê em segundo mandato melhor para Bush

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Por Agencia Estado
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O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, acha que o segundo governo de George W. Bush será mais voltado para a paz e para as negociações com outros países, se comparado aos primeiros anos no poder, em que o presidente americano teve de lutar contra o terrorismo. "E para fazer a paz é preciso trabalhar mais com as Nações Unidas, é preciso trabalhar multilateralmente", afirmou entre convencido e esperançoso o ministro ao programa Jornal das Dez, da Globo News. "Eu tenho confiança - e talvez seja ingenuidade da minha parte - de que nós teremos um governo republicano mais multilateralista, mais parecido até com o de George Bush pai, num segundo mandato do presidente Bush." América Latina: sem mudanças Celso Amorim acredita que não haverá mudanças na atuação do governo Bush em relação à América Latina, no que diz respeito às negociações para a formação da Alca e aos acordos bilaterais que vinham sendo negociados pelos americanos. "Eu não creio que num governo democrata isso fosse ser muito diferente, tampouco", garantiu o ministro. Para ele, independentemente de quem seja o governante dos Estados Unidos, o Brasil deve continuar buscando ampliar o espaço de ação na região: "Nós temos feito muitos esforços para a integração da América do Sul. Nós temos de fazer o nosso dever e não ficar esperando que outros façam por nós." Bom relacionamento Respondendo a uma pergunta sobre a existência ou não de uma preferência do governo brasileiro entre os dois candidatos à Casa Branca, o chanceler fez questão de afirmar que não havia predileção alguma. Ele salientou que o relacionamento entre os dois governos é muito bom, o que deve facilitar a continuidade das negociações já em andamento. "O presidente Lula e o presidente Bush estiveram juntos várias vezes, a visita do Colin Powell ao Brasil foi muito positiva e, também na área comercial, apesar das nossas diferenças, as relações têm sido boas", ponderou o ministro. Conselho de Segurança Com relação à pretensão brasileira de assumir um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, Amorim frisou que nada muda: "Eu não diria (que fica) mais difícil, nem mais fácil", de ser alcançada com a reeleição de Bush. "Eu diria apenas que o governo Bush conhece de maneira mais imediata como o Brasil tem agido em vários temas internacionais e tem manifestado apreço por essas ações", afirmou o ministro. Ele ressalvou que a reforma do Conselho da ONU não é uma questão simples, pois envolve o próprio balanço de poder dentro desse órgão decisório. Mas mostrou-se esperançoso: "Eu não quero me precipitar, mas eu sinto que esse tema tem sido tratado com um grau de seriedade e um grau de interesse maior do que era no passado."

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