Cavendish ficará longe da Delta durante reestruturação

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Por Alfredo Junqueira
Atualização:

Licenciado da presidência do Conselho de Administração da Delta Construções desde o dia 25 de abril, Fernando Cavendish, dono da empreiteira, vai permanecer afastado do comando da empresa enquanto durar seu processo de reestruturação judicial. Nesta terça, nota enviada pela assessoria de imprensa da construtora anunciou que será formado um Comitê Executivo de Gestão. O colegiado será formado por quatro executivos da Delta e chefiado pelo diretor-geral da consultoria de reestruturação Alvarez & Marsal, Marcelo Gomes. A empresa não informou o nome dos dirigentes que integrarão o comitê. Em crise desde que a Operação Monte Carlo da Polícia Federal revelou as ligações de executivos da construtora com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a Delta protocolou segunda-feira no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro o pedido de recuperação judicial - instrumento jurídico usado por empresas em dificuldades financeiras e anteriormente chamado de concordata. Principal empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Delta apelou para a recuperação judicial três dias após a holding J&S anunciar que havia desistido de comprar a empresa alegando "crise de confiança e de credibilidade". A construtora se disse vítima de "bullying empresarial".Tramitando na 5ª Vara Empresarial do Rio, o processo foi remetido nesta terça para a 4ª Promotoria de Justiça de Massas Falidas do Ministério Públio estadual, que deverá se manifestar em até cinco dias.Além de Cavendish, também permanece afastado da empresa o diretor executivo, Carlos Pacheco, número dois na hierarquia da construtora. Em pelo menos 22 conversas telefônicas gravadas pela PF durante a Operação Monte Carlo há citações diretas ao executivo. Cachoeira e integrantes de seu grupo sugerem ter contato frequente com ele.Dois diretores regionais da Delta são alvos de inquéritos policiais. Claudio Abreu, responsável pela construtora no centro-oeste, era íntimo do contraventor e está preso desde o dia 25 de abril, quando o Ministério Público do Distrito Federal desencadeou a Operação Saint-Michel. Diretor da região sudeste, Heraldo Puccini Neto também teve a prisão decretada, mas fugiu e permanece foragido.

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