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Cauleta e muitos candidatos tornam debate morno em São Paulo

Por CARMEN MUNARI
Atualização:

Mesmo com os confrontos entre os principais candidatos, o debate da TV Bandeirantes, realizado na noite de quinta-feira, foi morno e comportado. Para os principais assessores dos políticos, que acompanharam o programa no auditório da emissora, o resultado é fruto do excesso de participantes e da cautela. "Eles ainda não se conhecem, por isso são cautelosos", disse José Américo, jornalista e presidente do PT municipal. Ele aconselhou a petista Marta Suplicy a evitar o confronto direto com seu principal adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), o que foi seguido. O número elevado de debatedores --oito candidatos dos onze que estão na disputa-- foi apontado pelo presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, como um empecilho para a discussão. "É difícil você ter uma discussão mais intensa e mais esclarecedora com a presença de muitos candidatos", disse. "Você começa uma discussão e não encaixa, porque logo surge uma lá na frente e depois outra". Para o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, presidente estadual do PMDB, "os candidatos têm medo de passar uma certa linha e perder ponto". O PMDB está coligado com o prefeito Gilberto Kassab (DEM). A coisa foi tão tranquila que o mediador Boris Casoy não precisou intervir uma única vez. Paulo Maluf (PP) foi o único a pedir direito de resposta e, mesmo não sendo atendido, não reclamou. Na platéia do debate, toda formada por convidados dos candidatos, os representantes dos partidos e seus coligados se dividiam em blocos. Sérgio Guerra foi exceção e acabou sentando em meio à ala petista, mais precisamente ao lado do deputado estadual Adriano Diogo. Por isso, o número de flashes de fotógrafos foi grande por ali. Logo atrás dele, o deputado José Mentor (PT) ironizava: "Estamos aqui na retaguarda!" Romeu Tuma, senador pelo PTB, ao se deparar com políticos do DEM exclamou: "Tenho inveja de não estar com esta turma". No ano passado, ele trocou o DEM pelo PTB, que agora está coligado ao PSDB de Alckmin. Compunha os bastidores o empresário Oscar Maroni Filho, dono da boate Bahamas, fechada na administração Kassab. Ele é filiado ao PTdoB, que apóia o candidato Ciro Moura (PTC). Maroni, forte e corpulento, ensaiou uma discussão quando retornou a sua poltrona depois de um intervalo e encontrou um tucano em seu lugar. Percebendo a situação, um correligionário seu se levantou e Maroni se acomodou. Desta vez, os militantes ficaram de fora da festa. Houve um acordo entre as coordenações das campanhas que impediu as torcidas de se manifestarem nos arredores da TV Bandeirantes, localizada no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo. O objetivo foi evitar eventuais conflitos. (Edição de Renato Andrade)

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