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Caso Schincariol não entrará no processo contra Renan

Relator diz que representação deve ser feita na Câmara, por envolver Olavo Calheiros; Conselho de Ética só se reúne após recesso parlamentar, em agosto

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Por Redação
Atualização:

A mais recente denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de suposto favorecimento à cervejaria Schincariol na compra de uma fábrica de refrigerantes da família Calheiros, não será acrescentada ao processo que corre contra ele no Conselho de Ética. O senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos três relatores do processo, disse, nesta terça-feira, 10, que a nova denúncia não pode ser incluída, porque a representação contra Renan já está em andamento. Casagrande disse que o Conselho de Ética só voltará a se reunir após o recesso do Legislativo, que começa no próximo dia 18 e vai até o início de agosto, depois de concluída a nova perícia da Polícia Federal nos documentos apresentados por Renan para provar que teve, nos últimos quatro anos, rendimentos de R$ 1,9 milhão com venda de gado das fazendas que possui no interior de Alagoas. No entender de Casagrande, os interessados em oficializar a nova denúncia teriam que entrar com nova representação, desta vez na Mesa da Câmara, já que um dos sócios da fábrica de refrigerantes é o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan. A iniciativa de pedir que o novo caso fosse anexado ao processo no Conselho de Ética do Senado foi anunciada pelo PSOL, partido que apresentou a representação original contra o presidente do Senado, acusando-o de quebra do decoro parlamentar. Casagrande disse entender que a investigação dessa denúncia cabe, por envolver um deputado, ao Conselho de Ética da Câmara. "O conselho só vai se reunir na hora em que tivermos a perícia pronta, na hora em que tivermos algum depoimento, alguma audiência pública para ser realizada, com o presidente Renan, ou qualquer outra pessoa, que seja necessária", declarou Casagrande. Segundo ele, até a volta do recesso, ficarão em atividade, no conselho, ele e os outros dois relatores do caso - Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE). "Aí, sim, vamos dar conhecimento (da conclusão da perícia) ao senador Renan Calheiros. E, se ele quiser se manifestar, será convidado para uma audiência pública. Não há necessidade de reunir o conselho antes (de ficar pronta a perícia)." O relator informou ainda que Renan já enviou à comissão de inquérito a lista de tópicos que deseja que a Polícia Federal aborde, na nova perícia. Estava prevista para esta terça-feira também a apresentação de uma lista do PSOL, mas, segundo Casagrande, ainda não foi encaminhada ao Conselho. Novos documentos Casagrande informou também que o colegiado solicitará a Renan a apresentação de novos documentos. "Faltam notas fiscais de alguns anos, algumas guias de transporte de animais e alguns cadastros de sua propriedade", disse Casagrande. Ele lembrou que Renan não é obrigado a apresentar os novos documentos. "Estamos pedindo que ele possa colaborar para que a perícia seja bem feita e venha a dirimir qualquer dúvida quanto à sua situação", disse Casagrande Casagrande informou que a comissão de inquérito está encaminhando ofícios a cada uma das empresas que teriam comprado gado de Calheiros e solicitando cópias das notas fiscais emitidas e outros dados que comprovem a realização das transações. Outra decisão da comissão, segundo o relator, é a de pedir à Receita Federal o envio de técnicos à Secretaria da Fazenda e à Secretaria da Agricultura de Alagoas em busca de informações para fechar a perícia. Renan é suspeito de receber dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Junior, para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha extraconjugal. Renan também é investigado por supostamente ter apresentado notas frias para comprovar rendimento.

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