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Casa Civil prorroga sindicância por 30 dias

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Por Brasília
Atualização:

A secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, suspeita de ter operado a montagem do dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e vista como braço direito da ministra Dilma Roussef, prorrogou ontem por 30 dias o prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de sindicância criada pelo Planalto para apurar o vazamento das informações. O decreto de prorrogação foi assinado por ela na função de ministra interina, já que Dilma está no exterior. A Casa Civil não informa que tipo de trabalho a comissão está realizando ou quem já foi ouvido por ela nestes primeiros 30 dias desde a sua instalação, em 24 de março. Paralelamente aos trabalhos da comissão da Casa Civil, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar não só quem promoveu o vazamento, mas quem preparou o dossiê, que o governo nega existir e prefere chamar de ''banco de dados''. A Polícia Federal, em linha contrária ao que diz ao Planalto, entende que um dossiê foi produzido e que investiga, nesta fase, de que computadores ele saiu. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que exista dossiê, classificou o vazamento das informações como ''um crime grave'' e disse que houve um ''roubo'' de documentos no Palácio do Planalto. Acrescentou que queria saber ''quem é que anda roubando documento dentro do Palácio do Planalto'' e apresentando para jornalistas como se fosse uma ''novidade daquelas, como se tivessem descoberto as minas do rei Salomão''. Avaliação de auxiliares do presidente é que a comissão pode ter adiado seus trabalhos para esperar que a Polícia Federal dê o seu parecer sobre o vazamento de informações. Um dos integrantes da comissão, Edimar Fernandes de Oliveira, corregedor-geral substituto da Advocacia Geral da União (AGU), já atuou em uma outra comissão instalada no Planalto, que não chegou a conclusão nenhuma e nem puniu o seu principal acusado. Ele integrou a comissão criada em 2004 para investigar Waldomiro Diniz, ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, homem de confiança do ex-ministro José Dirceu, flagrado cobrando propina do empresário de loterias Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e contribuições para campanhas políticas de candidatos do PT. A comissão é composta ainda pelo corregedor-geral adjunto da União para a Área Social, Waldir João Ferreira da Silva Junior, que preside os trabalhos, e por Carlos Humberto de Oliveira, gestor do Fundo Nacional de Segurança Pública, que está lotado na Casa Civil e é subordinado a Dilma.

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