Carvalho: País manterá relação 'estreita' com Venezuela

PUBLICIDADE

Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

,O chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse nesta quinta-feira que o Brasil manterá uma relação "estreita" com a Venezuela, após a morte do presidente Hugo Chávez. Carvalho também afirmou que deseja que o povo venezuelano "possa encontrar o seu melhor caminho". "Não seria imaginável que a presidente Dilma, frente ao padrão de relação que tivemos com o presidente Chávez no governo do presidente Lula e no governo da presidente Dilma, ela não fosse, tivesse presente (ao velório). Não só ela como vários representantes do governo brasileiro estão lá, acho que é mais do que merecida essa homenagem, e continuaremos, naturalmente, nessa relação estreita com o povo da Venezuela porque entendemos que a América Latina é uma unidade, um conjunto, precisamos caminhar juntos", afirmou, após participar de evento no Palácio do Planalto para discutir o Plano Brasil sem Miséria.A presidente embarcou por volta das 11 horas para Caracas, acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). A comitiva brasileira também será composta pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e deputados.De acordo com fontes do governo, a viagem de Dilma à Venezuela é uma demonstração do compromisso da administração federal em reforçar laços com aquele país, num momento de transição. Ela deve retornar para o Brasil na tarde desta sexta-feira, depois do enterro do corpo de Chávez."Temos um reconhecimento ao processo que ele (Chávez) fez naquele país, tivemos e mantemos divergência numa porção de itens, pontos, de métodos, mas é reconhecida, sem dúvida nenhuma, a inversão de prioridade que ele fez naquele país. É uma outra Venezuela hoje, o povo, a reação do povo nas ruas é o maior indicativo daquilo que representa o Chávez para aquele país", afirmou Carvalho."Quando um povo chora e lamenta a perda de um presidente como está acontecendo na Venezuela, eu penso que os intelectuais, os analistas políticos devem estar atentos a isso porque significa que ele mexeu na qualidade da vida do povo, ele mexeu na estrutura social que havia naquele país e colocou, efetivamente, recursos públicos a serviço dos que precisam. Isso, numa América Latina que tem uma tradição de as elites mandarem, da imensa exclusão do povo, das tradições inclusive de ditaduras; isso é uma verdadeira revolução que aconteceu naquele país", disse.Ele disse esperar que o povo venezuelano "possa encontrar o seu melhor caminho" após a morte de Chávez. "Esperamos que o povo venezuelano possa encontrar o seu melhor caminho, assim como a Bolívia está buscando, assim como nós do Brasil estamos buscando, nossa posição é de profundo respeito, de profundo reconhecimento a essa obra que esse presidente realizou naquele país e a inspiração que provocou inclusive em outros países da América Latina", declarou.Na terça-feira, durante o Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, em Brasília, Dilma acentuou que a morte do presidente venezuelano enche de "tristeza todos os latino-americanos". "O presidente Chávez foi, sem dúvida, uma liderança comprometida com o seu país e com o desenvolvimento dos povos da América Latina. Em muitas ocasiões, o governo brasileiro não concordou integralmente com o presidente Hugo Chávez. Porém, hoje, como sempre, nós reconhecemos nele uma grande liderança, uma perda irreparável e, sobretudo, um amigo do Brasil, um amigo do povo brasileiro", discursou, na ocasião.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.