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Carvalho inocenta Lopes em depoimento

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-ministro e ex-chefe da Casa Civil, Clovis Carvalho, concluiu nesta sexta-feira no início da noite seu depoimento na 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, no processo que investiga uma suposta conta mantida no exterior pelo ex-presidente do Banco Central (BC) Francisco Lopes, de US$ 1,6 milhão. Carvalho confirmou que poucos dias após a busca e apreensão que se realizou na casa do ex-presidente do BC, este pediu a Carvalho que intervisse junto ao Palácio do Planalto para que seu depoimento na CPI dos bancos fosse adiado. Na ocasião, Francisco Lopes foi até a residência de Carvalho e disse que não sabia exatamente o que havia sido encontrado na apreensão feita em sua casa. Segundo Carvalho, "Francisco Lopes estava tenso, nervoso e agitado e queria deixar claro para o governo que não havia feito nada de errado. Ele disse também que temia que papéis encontrados pela polícia, entre eles um bilhete, pudesse ser relacionado com as acusações feitas contra ele na CPI dos Bancos, de que teria recebido dinheiro em troca de informações privilegiadas.? De acordo com Carvalho, os papéis encontrados eram referentes a questões familiares e de herança do pai de Lopes. Sobre o bilhete, o ex-ministro disse que mencionava contas no exterior. No depoimento desta sexta, Carvalho afirmou que a conversa com Francisco Lopes havia sido genérica, sem entrar em detalhes sobre o conteúdo do bilhete. Esta versão contradiz o depoimento de Carvalho à época, em que afirmou que o bilhete referia-se à herança do pai e a questões de família. Perguntado pelo procurador do Ministério Público, Bruno Accioli sobre o motivo que teria levado à demissão do ex-presidente do BC, Clovis Carvalho respondeu que ele foi demitido por questões de administração. ?O presidente entendeu ser melhor trocar a liderança em razão da crise ocasionada pelas mudanças cambiais.? Carvalho disse que nunca ouviu do presidente da República que Francisco Lopes fosse incompetente ou algo similar. Ele negou ainda que tivesse antes de janeiro de 1990 informações de que o governo iria mudar a política cambial. O ex-chefe da Casa Civil saiu do fórum logo após o depoimento sem conversar com os jornalistas.

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