08 de agosto de 2011 | 19h48
O ministro-chefe avaliou que o projeto de regulação da mídia não tinha nenhuma "vertente autoritária" e defendeu que as empresas de comunicação criem uma espécie de "conselho cidadão" para discutir as grades de programação. Ele ressaltou, contudo, que esse debate não deve contar com a participação do governo federal, evitando, assim, com que haja qualquer intervenção na atividade da mídia.
"Essa é uma crítica severa que eu faço ao papel dos meios de comunicação", afirmou. "Eu me pergunto se os meios de comunicação, hoje no Brasil, contribuem efetivamente para a formação de uma consciência cidadã", acrescentou. O ministro-chefe defendeu que os meios de comunicação sejam questionados pela sociedade e ressaltou que, na sua avaliação, eles podem dar uma contribuição importante para a democracia brasileira.
"Eu tenho muita dúvida sobre a atuação que esses meios têm naquela pessoa da ponta, qual é o salto de cidadania que essa pessoa tem?", indagou. Ele pregou ainda a adoção de formas de participação da sociedade, em geral, nos meios de comunicação. "Por que uma rede de televisão, que tem uma concessão pública, não pode formar um conselho de cidadania, que trabalhe a programação?", questionou, voltando a frisar que esses dispositivos não devem ter a participação do governo federal.
O ministro-chefe participou hoje do debate "Governança na Nova Economia", na Conferência Ethos 2011, na capital paulista. Uma das provocações feitas por ele, em referência à imprensa, foi submetida à avaliação da plateia que, por meio de um dispositivo eletrônico, opinou sobre a frase: "Os meios de comunicação não contribuem, efetivamente, para a formação de uma consciência cidadã". A metade da plateia, formada por cerca de 200 pessoas - composta por executivos e gerentes de empresas convidados -, concordou plenamente com a afirmação. Diante do resultado, o ministro-chefe brincou: "Isso vai sair nas manchetes: governo Dilma ataca a liberdade de imprensa", disse, entre risos.
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