Cartaxo: tucano teve dados acessados fora de Brasília

Por Rosa Costa
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O secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, informou aos integrantes da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) que houve "em torno de cinco ou seis acessos" fora de Brasília aos dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge. As informações foram utilizadas num suposto dossiê contra o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, e teria sido feito por assessores da campanha da candidata do PT, Dilma Rousseff. Segundo o secretário, é de 120 dias a duração da sindicância aberta para investigar esse caso e o do empresário Guilherme Leal, vice da candidata do PV à Presidência, Marina Silva. No caso de Leal, Cartaxo afirmou que a sindicância começou no dia 2 de junho. A de Eduardo Jorge teve início no dia 21 de junho. Ele não soube dizer se as investigações poderão ser concluídas antes.O secretário explicou que não houve quebra do sigilo de dados do empresário, mas sim o acesso a um auto de infração de que é alvo a empresa Natura, pertencente a Leal. Ao responder ao senador Geraldo Mesquita (PMDB-AC) se os acessos foram feitos "em Brasília ou em São Paulo", ele se limitou a excluir a possibilidade de Brasília, deixando em suspense a indagação sobre São Paulo.O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) perguntou a Cartaxo se seria possível encaminhar à CCJ o resultado das sindicâncias que estão em curso no órgão para investigar quem acessou os dados de Eduardo Jorge e da empresa Natura. Suplicy disse que a medida "agradaria ao presidente Lula, à ministra Dilma, ao Serra e a Marina"''. O secretário desconversou.FrancenildoJá o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que a Receita também quebrou seu sigilo em 2007 para saber se era ele quem repassava para a conta do caseiro Francenildo dos Santos Costa o dinheiro que ele recebia de seu pai biológico. O caseiro foi autor das denúncias que comprometiam o então ministro da Fazenda Antonio Palocci. "Como somos os dois do Piauí acharam que o dinheiro era meu", contou. O parlamentar do DEM afirmou que na época ficou sabendo que o dono da senha que invadiu seus dados era da direção da Receita, mas que o caso então parou sem identificar o responsável. Depois da audiência, Cartaxo deixou a CCJ sem falar com a imprensa.

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