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Capiberibe ataca "fundamentalismo" de Garotinho

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Amapá, João Alberto Capiberibe, criticou seu colega Anthony Garotinho, do Rio de Janeiro, com quem deverá disputar a indicação do PSB para concorrer à Presidência da República, em 2002. "Esse fundamentalismo religioso não é uma coisa muito boa para o Brasil", disse Capiberibe referindo-se à conotação religiosa empregada por Garotinho durante seus discursos. Os dois governadores são pré-candidatos do partido, que deve escolher indiretamente um deles ao definir o Programa do PSB, na convenção nacional marcada para os dias primeiro e 2 de novembro próximo. "Não acredito em salvador da Pátria, só acredito em partido. Garotinho é o socialismo do Reino de Deus", disse Capiberibe. Ele admite que Garotinho tem uma visibilidade maior e que poderia ter mais chances eleitoralmente. "Nada impede que ele tenha uma colocação melhor nas pesquisas, mas eu tenho 14 anos de militância dentro do partido. Há uma certa diferença", afirmou. Segundo Capiberibe, o PSB já aprovou um projeto de desenvolvimento sustentado para o País. "O partido quer esse projeto e eu também. Vou tentar convencer o partido que tenho condições de levá-lo (o projeto) para a sociedade brasileira". Capiberibe não acredita que o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), possa ingressar no PSB caso não consiga ser eleito presidente nacional de seu partido. A convenção nacional do PMDB está marcada para setembro. Capiberibe também não vê chance de sucesso numa candidatura de Itamar Franco à Presidência da República. "Não vejo com entusiasmo; é uma coisa já vista. O Brasil precisa de coisas mais propositivas do que frutricas", afirmou. Para Capiberibe, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ganhará a próxima eleição presidencial. "Fica difícil, oito anos depois, justificar a ampliação das diferenças sociais e dos apagões. O PSDB terá dificuldades para explicar os oito anos de governo apenas com a estabilidade da moeda", disse Capiberibe. Na avaliação dele, Lula vai disputar o segundo turno, com o apoio dos demais partidos da oposição, contra um candidato do PSDB. "Não dá mais para desenterrar o velho preconceito da guerra fria, do anticomunismo. É uma coisa muito antiga dizer que Lula é comunista. Não vai ter mais Mário Amato dizendo que os empresários vão deixar o País", disse Capiberibe. Para ele, o governo do PT dará segurança para o empresariado. "O PT é social-democrata, capaz de implantar seu programa. Essa é a diferença do PSDB, que foi apoiado pelo PFL, um partido que desde sempre está no governo", afirmou Capiberibe.

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