Capes discute investimentos adicionais em 2002

Por Agencia Estado
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A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), define até sexta-feira as áreas do conhecimento prioritárias para investimentos adicionais na pós-graduação, no valor de R$ 30 milhões, em 2002. A idéia é privilegiar o Norte e o Nordeste, os cursos ligados a novas disciplinas, como bioinformática ou microeletrônica, e mestrados e doutorados sob risco de extinção por falta de estudantes, como arqueologia ou estudos clássicos sobre a Grécia antiga. "Vamos repensar nosso programa de investimentos", disse o presidente da Capes, Abílio Baeta Neves, informando que, em 2002, pode aumentar o número de bolsas concedidas pelo órgão. No ano passado cerca de 1.500 professores e pesquisadores foram convidados a apontar as principais carências do sistema de pós-graduação do País. Os relatórios preparados a partir da consulta serão analisados hoje e amanhã por 110 especialistas, em reunião que será aberta pelo ministro Paulo Renato Souza. Segundo Abílio Baeta, a oferta de cursos de mestrado e doutorado está concentrada no Sudeste e Sul. Ao mesmo tempo faltam, em todo o País, investimentos em áreas de ponta. Além disso, a Capes está preocupada em garantir a sobrevivência de áreas tradicionais, como os estudos medievais, por exemplo, que têm caído em desuso nas universidades. "Não podemos deixar essas áreas morrerem", diz Abílio Baeta, destacando que o órgão tem como função formar recursos humanos para pesquisa e atuação em todos os ramos do conhecimento. Ele destaca ainda a necessidade de o Brasil investir em setores pouco estudados no meio universitários, como as relações internacionais. "Se o País quer ter presença no cenário internacional, precisa saber o que está acontecendo no mundo", afirma. "Que grupos estão estudando a China?" Os resultados do encontro serão repassados ao Ministério de Ciência e Tecnologia para orientar também a atuação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Capes tem este ano R$ 440 milhões em seu orçamento, dos quais R$ 390 milhões serão aplicados em bolsas e na manutenção dos cursos.

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