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Candiota deixa a diretoria do Banco Central

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciou na manhã de hoje, que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, encaminhou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a indicação de Rodrigo Telles de Rocha Azevedo para substituir Luiz Augusto de Oliveira Candiota na diretoria de Política Monetária do BC. Segundo Meirelles, o diretor Candiota encaminhou ao ministro Palocci pedido de demissão imediata e em caráter irrevogável. Meirelles disse que Candiota manifestou seu desejo pessoal de retornar à vida privada após ter contribuído para o Banco Central desde março de 2003. O presidente do BC disse também que a indicação de Rodrigo Azevedo foi feita pelo ministro Palocci em comum acordo com ele, Meirelles. Carta de demissão Em sua carta de demissão, Candiota disse que se sente violentado pessoalmente e profissionalmente com a reportagem da Revista Isto É em que é acusado de se envolver em operações suspeitas que teriam caracterizado "sonegação, omissão fiscal e evasão de divisas". "Sinto-me violentado pessoalmente e profissionalmente, sobretudo pela forma como a matéria é apresentada, dando a entender que teria me envolvido em operações fraudulentas, tendo ignorado a legislação e dela me distanciado como se fosse um marginal", diz ele na carta para logo depois acrescentar: "Confesso, com sinceridade, não ter mais motivação para me manter no cargo". Na carta, Candiota afirma ainda que a sua permanência no cargo, a partir de agora, seria prejudicial ao BC, ao mercado financeiro e ao País. "Pois as acusações à minha pessoa acabam por atingir o órgão de que faço parte", justifica ele. Por essas razões, Candiota disse que solicitou a sua exoneração imediata. Meirelles destacou que o diretor de Política Monetária demissionário não iria responder perguntas porque já teria entrado no período de quarentena. Meirelles se prontificou a responder apenas duas perguntas e acabou respondendo três. Novo diretor Rodrigo Azevedo é gaúcho de Porto Alegre, bacharel em economia pela Universidade de São Paulo. Doutor em economia pela Universidade Ilinois (EUA), com defesa de tese sobre a volatilidade no mercado de ações no Brasil. Ele foi analista da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo. Rodrigo Azevedo é diretor-executivo do Banco de Investimento Credit Suisse First Boston, onde trabalha desde 1994, quando ingressou no Banco de Banco Garantia. Reportagem Na sexta-feira passada, A edição da revista IstoÉ trouxe a denúncia de que Meirelles e Candiota estariam sendo investigados pelo Ministério Público e pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado por suspeita de sonegação fiscal, evasão de divisas e omissão fiscal. Veja mais informações sobre o assunto nos links abaixo.

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