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´Candidatura de Fruet é fraca, mas garante 2° turno´, diz Izar

Presidente do Conselho de Ética lembrou que Fruet não conseguiu unir o PSDB

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), elogiou nesta quinta-feira o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), candidato à Presidência da Casa, mas lamentou o fato de Fruet não ter conseguido unir nem mesmo o PSDB e os deputados da terceira via em torno de sua candidatura. Na avaliação de Izar, também defensor de uma candidatura independente, a candidatura de Fruet é, entretanto, uma garantia de que haverá segundo turno na disputa da Câmara e que o resultado da eleição deve ser imprevisível. "A figura de Gustavo Fruet é muito boa. Ele é um homem sério, correto, competente, mas ele não conseguiu somar toda a terceira via. Foi uma pena que isso não acontecesse", afirmou, após visitar as obras do Hospital Cândido Fontoura, na Água Rasa, zona leste de São Paulo. "Infelizmente a candidatura de Fruet hoje é fraca, mas vai possibilitar o segundo turno. Disso eu tenho certeza", acrescentou. De acordo com o deputado, Fruet não conseguiu unir os partidos de esquerda que faziam parte da terceira via e não tem o apoio total nem mesmo de seu partido, o PSDB. "Eu estava imaginando, no início, que a candidatura de Fruet iria ter muita adesão, mas ele não conseguiu, por exemplo, somar o PSOL e alguns partidos de esquerda. Mesmo dentro do PSDB a adesão não foi total." O parlamentar disse que o tucano conseguiu apenas o apoio de 50% dos deputados de sua legenda, algo em torno de 30 ou 35 deputados, quando necessitava de, pelo menos, o apoio de 60 correligionários. "Há um grupo grande de deputados do PSDB coordenando a candidatura de Chinaglia e um pequeno grupo de deputados tucanos ao lado do Aldo. Então ele já sai fraco", opinou. Segundo Izar, os deputados da terceira via queriam um candidato intermediário ou independente, mas Fruet é identificado como um deputado da oposição. "Então ficou realmente muito difícil", considerou. Para o deputado, a existência de um segundo turno das eleições da Câmara "muda todo o quadro e ninguém sabe o que pode acontecer". O fato de a votação ser secreta dificulta qualquer previsão, disse Izar. "Os deputados não gostam muito de dizer em quem vão votar, então há muitas surpresas. Ontem mesmo, na reunião do meu partido, eu estava imaginando que Aldo Rebelo (PC do B-SP) não teria nenhum voto e ele teve três", exemplificou. Apoio Em reunião realizada na quarta, o PTB, de acordo com o deputado, teve 19 votos pela candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP), três para Aldo Rebelo e um para Gustavo Fruet - o voto de Izar. Ele afirmou que o partido decidiu fechar questão com o petista, mas lembrou que tudo pode mudar na próxima semana. "Teremos uma nova reunião na semana que vem e tenho a impressão de que o quadro da Câmara muda muito na próxima semana", alertou. "Talvez haja a possibilidade de alguma desistência. Na semana que vem o quadro começa a ficar mais claro e já ficaremos sabendo o número de votos que cada deputado deve ter", disse. Segundo ele, a terceira via e o baixo clero devem rachar na votação do segundo turno. De acordo com Izar, a candidatura de Chinaglia representa a proporcionalidade e a tradição. "O PT tem uma grande bancada, fez acordo com o PMDB, então representa a proporcionalidade, uma tradição da Casa", opinou. "Aldo é do PC do B, um partido com meia dúzia de deputados, o que quebra a tradição. É muito mais difícil para o Aldo ser o presidente da Câmara num partido pequeno como o dele", salientou, lembrando que a primeira vez em que a tradição foi quebrada foi na eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE), "um desastre para a Casa". Izar defendeu mudanças nas regras da Câmara. De acordo com ele, o PTB já apresentou a Chinaglia, Aldo e Fruet suas sugestões: voto aberto, reformulação do Conselho de Ética e alterações no regimento que agilizem o funcionamento da Casa.

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