Pela terceira vez na história, Montes Claros (MG) terá segundo turno. A disputa será entre os candidatos Paulo Guedes (PT) e Ruy Muniz (PRB). A principal cidade do norte de Minas está entre as 83 maiores do país com mais de 200 mil eleitores. A principal surpresa do primeiro turno foi a chegada do candidato do DEM, Jairo Ataíde, com 42.244 votos (22,07%), em terceiro lugar. De acordo com as pesquisas de intenção de voto, Ataíde era o favorito entre os eleitores, mas perdeu votos na reta final. Vale lembrar ainda que o primeiro turno foi marcado pela abstenção de 39.551 eleitores (16,03%). É mirando esses indecisos e em acordos políticos que os dois candidatos concentram as energias nessa etapa final das eleições.Guedes teve 50.902 votos (26,6%), enquanto Muniz computou 50.144 (26,20%). Durante o primeiro turno, os dois candidatos apostaram na mensagem de ser a "novidade" nas eleições municipais. A proposta para arrebanhar os indecisos e novos eleitores permanece para o segundo turno.No Café Galo, tradicional ponto de encontro de jornalistas, escritores e intelectuais do município, o entendimento é que a chegada de Muniz ao segundo turno também foi uma surpresa, uma vez que acenava como terceiro nas pesquisas de intenção de voto. Mas Guedes também iniciou a campanha como o "desconhecido" e "forasteiro", pois é natural de São João das Missões (MG) e chegou na liderança no primeiro turno. De acordo com fontes e especialistas políticos, o motivo da ascensão de Muniz tem nome e endereço: Luiz Tadeu Leite (PMDB), atual prefeito da cidade.No primeiro turno, Muniz foi alvo de intensos ataques sobre o passado e o apoio que recebe de Leite, mal avaliado pelo eleitorado. Muniz diz que não faz "conchavos e nem compra votos ou apoios". "O que é passado já não existe. Houve muitos ataques e provocações no primeiro turno e não revidei por entender que o povo merece respeito. Minha campanha permanecerá sendo propositiva como no primeiro turno", diz. Sobre o apoio do atual prefeito, o candidato é categórico. "O PMDB viabilizou um espaço no horário eleitoral importante para levarmos nossas propostas ao eleitor. Não temos acordo de bastidores com quem quer que seja."