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Candidato tucano já busca apoio de parte do PT no Recife

Coelho, do PSDB, trabalha para atrair petistas num eventual 2º turno contra candidato do PSB

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Por Redação
Atualização:

Segundo colocado na disputa pela Prefeitura do Recife, o tucano Daniel Coelho já espera contar com o apoio informal de parte do PT pernambucano em eventual segundo turno contra o líder nas pesquisas, o candidato do PSB, Geraldo Júlio, apoiado pelo governador Eduardo Campos (PSB). Diante do acirramento do embate entre petistas e o PSB de Campos na reta final da campanha, Coelho disse nessa quinta-feira, 4, que pretende conversar com o candidato do PT, Humberto Costa, e o ex-prefeito João Paulo (vice na chapa petista). Costa aparece em terceiro nas pesquisas de intenção de voto, distante dez pontos porcentuais, segundo o Datafolha, do candidato do PSDB."Formalmente é pouco provável um acordo, até pela polarização que existe no campo nacional entre PSDB e PT. Nosso partido faz oposição ao governo federal. Mas a gente sabe que (...) a militância, os simpatizantes do PT, estão muito ressentidos pela atitude que teve o PSB na campanha. O PSB assumiu o compromisso de apoiar o PT fosse o candidato que fosse. Não cumpriu esse compromisso. E fez campanha muito violenta, especialmente nos últimos dez dias, marcada por agressões", disse Coelho, de 33 anos, deputado estadual em primeiro mandato. Após romper com os petistas, Campos lançou candidatura própria na eleição da capital pernambucana. A imposição do nome de Humberto Costa no Recife pela direção nacional do PT rachou o partido na capital pernambucana. Segundo o candidato tucano, haverá espaço em seu governo, se eleito, para "ideias" defendidas pelo PT de Pernambuco. "Nunca tive problemas em reconhecer acertos de adversários", disse. "Muitas de nossas propostas foram construídas na tentativa de melhorar algumas coisas feitas pelo próprio PT. Faz parte de política atrasada dizer que em seu palanque só tem acerto e no do adversário, só erro. A gente pode aproveitar as boas ideias."Os entendimentos entre PSDB e PT começaram há pouco mais de um mês, sigilosamente. Os dirigentes das legendas acertaram ações conjuntas contra a candidatura do PSB na Justiça Eleitoral. Em nenhum momento houve ataques diretos entre tucanos e petistas, apesar de disputarem a segunda vaga no turno final. O foco foi sempre o candidato do PSB. Humberto Costa não quis comentar a proposta de Coelho de uma coalizão contra Júlio, sob o argumento de que estará no segundo turno.O candidato do PSB também evitou o assunto. "Não vou comentar sobre isso. Só o que diz respeito ao meu partido", limitou-se a afirmar.Mentor da candidatura de Júlio, o governador disse que só tratará de segundo turno em entrevista após o encerramento da apuração. "A grande aliança para o segundo turno é com o povo. Nosso campo político tem claros o rumo e o roteiro", afirmou.Sem respaldo. Se concretizada, a decisão de apoio ao PSDB pelo PT liderado por Costa e João Paulo não será respaldada pela ala interna inimiga, sob o comando do atual prefeito, João da Costa. Ele já anunciou que votará em Júlio em um hipotético segundo turno. Rompido com os companheiros quando o PT nacional interveio no diretório, retirando sua candidatura à reeleição aprovada em prévia, João da Costa afirmou que vai "de porta em porta" para pedir votos para Júlio.Os ataques ao tucano partem do PSB. Coelho passou a ser o empecilho para a meta de Campos eleger Júlio no primeiro turno. Assinadas pela coligação Frente Popular, liderada pelo PSB, inserções na TV e no rádio buscam desmistificá-lo. "Daniel é nova embalagem da velha política", dizem as inserções.

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