Candidato do DEM, ACM Neto busca manter acesa chama do carlismo

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Por JOSÉ DE JESUS BARRETO
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Ele se apresenta como o novo, um candidato jovem, antenado com a modernidade, herdeiro do destemor do avô e do estilo conciliador do tio. É assim que está se pondo para o eleitorado da capital baiana o candidato ACM Neto, do DEM (antigo PFL), neto do ex-senador ACM, um dos políticos mais poderosos e polêmicos das ultimas décadas, e sobrinho do ex-deputado Luis Eduardo Magalhães, ambos já mortos. Pela primeira vez candidato a um cargo executivo, ACM Neto lidera as pesquisas de intenção de voto para prefeito de Salvador, no comando de uma coligação de oito partidos (DEM, PR, PRB, PTN, PRP, PSDC, PTdoB e PTC) que terá cinco minutos e meio no horário da propaganda eleitoral e 290 nomes na disputa pelas cadeiras da Câmara Municipal. Seu vice será o deputado Márcio Marinho (PR), bispo da Igreja Universal, que controla a Rede Record de Rádio e TV no Estado. A chapa foi homologada na quinta-feira, na convenção do DEM, com a presença dos ex-governadores Paulo Souto e César Borges, presidentes regionais do DEM e do PR, respectivamente. Chamado pelo ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) de "príncipe herdeiro do carlismo", ACM Neto foi apontado pelo governador Jaques Wagner (PT) como seu "único adversário no pleito de Salvador". Wagner lembra que é a primeira vez em 18 anos que acontece uma eleição na Bahia sem o carlismo no poder e que a sua vitória em 2006 "mudou a face da política baiana, fortalecida com nossa aliança com o presidente Lula". Para Wagner, ganhar Salvador significa enterrar de vez o carlismo. ACM Neto não renega de todo o espólio carlista -- nele está a maior fatia de seu eleitorado --, mas insiste que o grupo passa por uma grande renovação, da qual ele é o exemplo: "Existem marcas do carlismo que servem de exemplo mas não se espere hoje o que foi o passado. Temos a cabeça no presente e o olho no futuro". No seu pronunciamento, durante a convenção do DEM, fustigou a administração estadual petista, enfatizando o que classificou de fracasso na questão da segurança pública. Ao fim do discurso, porém, acenou aos adversários: "Somos oposição, mas eleitos vamos procurar o diálogo e a parceria com o presidente Lula e o governador, numa relação institucional civilizada, inteligente e de resultados".

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