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Candidato de Aécio e Pimentel aposta na TV em BH

Por Raquel Massote
Atualização:

Apesar de ter conseguido reunir o maior número de partidos dentro de uma mesma aliança em Belo Horizonte, a Coligação Todos por BH (PSB-PT-PMN-PP-PR-PRP-PSL-PSDC-PSC-PPB-PPN-PV) terá como principal desafio tornar o candidato a prefeito Márcio Lacerda (PSB), ex-secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, conhecido do eleitorado belo-horizontino. A coalizão aposta, sobretudo, no início da publicidade eleitoral gratuita no rádio e na TV, em 19 de agosto. Mesmo sem o apoio formal do PSDB e do PPS, a coligação de 12 partidos terá cerca de 40% do tempo nas emissoras de rádio e televisão. A estratégia da campanha de Lacerda deverá ser focada na continuidade da parceria entre a prefeitura e o governo de Minas Gerais, processo que recebeu apoio público do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O clima acalorado das discussões que marcou todo o período de definição das candidaturas na capital mineira, principalmente por causa da polêmica aliança, ainda não se refletiu nos primeiros dias de campanha. Até o momento a campanha segue morna na capital. A articulação feita pelo governador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito da capital Fernando Pimentel (PT) em torno do nome do candidato do PSB a prefeito foi vetada pelo diretório nacional petista. O resultado não impediu, porém, que o PSDB declarasse apoio informal a Lacerda, cujo candidato a vice-prefeito é o deputado estadual Roberto Carvalho (PT). Na semana passada, o evento oficial da candidatura de Lacerda contou com a presença dos principais padrinhos da aliança, Aécio e Pimentel, e foi marcado por provocações à Direção Nacional do PT e pela defesa da convergência política. A coligação, ainda que informal com tucanos, provocou um racha no PT estadual. Militantes ligados a movimentos sociais, grande parte vinculado aos ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, reuniram-se nesta semana com a candidata a prefeito Jô Morais (PC do B), da Coligação BH É Você (PCdoB-PRB), para manifestar apoio à campanha dela. Jô Moraes disputa a prefeitura com as bênçãos do vice-presidente José Alencar. Escolha A escolha dos demais candidatos à prefeitura da capital mineira aguardou até o último momento a definição em torno da aliança PT e PSDB. Irritado por não ter sido chamado para discutir a chapa com tucanos e petistas, o PMDB escolheu em convenção o deputado federal Leonardo Quintão, da Coligação Belo Horizonte para Você (PMDB-PHS). Os democratas, aliados históricos do PSDB em âmbito nacional, também lançaram candidato próprio: o deputado estadual Gustavo Valadares, filho do atual presidente do Clube Atlético Mineiro, Ziza Valadares. Seguem também na disputa o ex-deputado federal Sérgio Miranda (PDT), da Coligação BH Pode Mais (PDT-PCB), a professora Vanessa Portugal (PSTU), da Coligação Frente de Esquerda Socialista (PSTU-PSOL), o empresário Jorge Periquito (PRTB), da Coligação Certeza de um Futuro Melhor (PRTB-PSDC), e Pedro Paulo (PCO). Até o momento, a maior aposta é quanto ao início da publicidade eleitoral gratuita no rádio e TV para abocanhar a maior fatia possível de indecisos entre os eleitores da cidade. Interior No interior do Estado, seis municípios terão possibilidade de eleger o prefeito em dois turnos por terem atingido a marca de mais de 200 mil eleitores prevista pela Lei Eleitoral. A lista é composta por Contagem, Betim, Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Juiz de Fora e Montes Claros. A grande reviravolta foi observada em Uberlândia, quando, no início do mês, o senador Wellington Salgado (PMDB) desistiu da candidatura à prefeitura para apoiar o candidato Weliton Prado (PT). A aliança reúne ainda o PSB e o PCdoB, partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O prefeito Odelmo Leão Carneiro (PP) espera a participação de Aécio no palanque. Além de Prado e Odelmo, concorrem João Bittar (DEM), Maurício Lúcio Mendes (PRTB) e João Batista da Fonseca (PSOL) Em Contagem, na Grande Belo Horizonte, a disputa poderá ficar polarizada entre a psicóloga Marília Campos, que busca a reeleição pela Coligação Contagem Democrática Popular (PT-PSL-PHS-PPS-PT), e o ex-prefeito e deputado estadual Ademir Lucas (PSDB), da Coligação Avança Contagem (PSDB-PSDC-DEM-PP-PTC-PMN-PRP-PTdoB-PSC). Estão também no páreo o ex-prefeito Paulo Mattos (PTB), o deputado estadual Carlos Magno (PCdoB), da Coligação Contagem pra Você (PCdoB-PTN- PV-PRB), o aposentado Israel Pinheiro (PSTU), o professor de ensino superior Carlos Pimenta (PSOL), o contador Leonardo Antunes (PSB), da Coligação Vida Nova pra Contagem (PSB-PRTB-PR) e o empresário Sant Clair Terres (PMDB), da Coligação Pela Renovação de Contagem (PMDB-PDT). Em Juiz de Fora, os eleitores foram surpreendidos em abril pelas investigações da Polícia Federal (PF) durante a Operação Pasárgada, envolvendo fraudes na liberação de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Por causa da gravidade das denúncias, o prefeito Alberto Bejani (PTB) renunciou antes do término do mandato para fugir da cassação. Disputam a prefeitura seis candidatos, incluindo dois ex-prefeitos: Custódio Mattos (PSDB), da Coligação Mudança com Segurança (PSDB-PDT-PMN-PTC-DEM-PSDC-PR-PP-PPS-PRB-PSL), e Tarcísio Delgado (PMDB), da Coligação JF Merece Mais (PMDB-PSB-PHS). Os demais são o empresário Omar Peres (PV), da Coligação Renova Juiz de Fora (PV-PRP-PRTB-PTdoB), a professora de ensino superior Margarida Salomão (PT), da Unidos para Mudar (PT-PCdoB), e Rafael Pimenta (PCB), da Frente Socialista de Esquerda (PCB-PSOL). Dos 697 prefeitos de Minas em primeiro mandato, 567 tentarão a reeleição, o que representa 81,3% do total. Os dados fazem parte de um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

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