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Campos Machado critica PSDB, mas apoia tucanos

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Apesar de ressentido com o fato de o PSDB não ter incluído o PTB na chapa majoritária tucana que disputará a sucessão ao governo de São Paulo, o presidente do PTB paulista e secretário-geral nacional do partido, deputado estadual Campos Machado, afirma que apoiará as candidaturas tucanas de Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo e de José Serra à Presidência da República. O PTB, aliado tradicional dos tucanos em São Paulo nas últimas eleições, ficou de fora da composição da chapa do PSDB, que, além de Alckmin, deverá ter o peemedebista Orestes Quércia e o ex-secretário da Casa Civil Aloysio Nunes Ferreira nas duas vagas que concorrem ao Senado."Acho que a direção do PSDB foi desleal com a gente, mas o compromisso que eu tenho com o Geraldo e com o Serra será cumprido. Eu não posso pautar a minha lealdade em cima da deslealdade dos outros, e vamos cumprir nossos acordos, embora eles não tenham cumprido o deles", disse Machado à Agência Estado.Em São Paulo, o PTB pleiteava indicar o nome do candidato a vice-governador de Alckmin ou uma das vagas ao Senado, que seria destinada à reeleição de Romeu Tuma (PTB-SP). No entanto, a vaga a vice deve ser de Guilherme Afif Domingos(DEM) e as vagas ao Senado de Quércia e Aloysio. Para exemplificar o que classifica de lealdade do PTB ao PSDB em São Paulo, Machado lembrou que os dois partidos estavam caminhando juntos desde as eleições de 1998, com o apoio ao então candidato Mário Covas, eleito governador naquele ano.O presidente do PTB paulista citou ainda a campanha à Prefeitura paulistana em 2006, quando foi candidato a vice de Alckmin. Ambos lideraram a chapa derrotada no primeiro turno para o PT e para a coligação DEM-PMDB, encabeçada pelo prefeito reeleito Gilberto Kassab (DEM), com o apoio velado de uma corrente do PSDB, chamada por Machado de PSDB-2. "Apoiamos o Geraldo, o PMDB apoiou o Kassab e nós perdemos a eleição para o PSDB-2, portanto temos um histórico de lealdade."AssédioMachado admitiu que o PTB sofre assédio do PT e do PSB para uma coligação em São Paulo, inclusive com a indicação de nomes de candidatos a vice-governador ou ao Senado, mas reafirmou apoio a Alckmin e à reeleição de Tuma, mesmo sem coligação com o PSDB. "A candidatura do senador Tuma é irreversível, embora eu esteja recebendo proposta para indicar o candidato a vice ou ao Senado do (Aloizio) Mercadante (PT) e do Paulo Skaf (PSB)."O secretário-geral do PTB nacional afirmou ainda que a ala liderada por ele e pelo presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, terá maioria na convenção nacional para apoiar Serra e o PSDB. "Seria uma ofensa ao nosso presidente apoiar o PT, mesmo porque o Roberto Jefferson denunciou o mensalão em 2005 e o PT tentou desconstruir a imagem dele, com a frustrada tentativa de fazer uma fusão entre PTB e PDT."Machado considerou ainda uma manobra do governo federal, para tentar atrair o apoio de setores do PTB, a indicação do novo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Alexandre Magno Franco de Aguiar. Empossado ontem, Aguiar é filiado ao PTB e é genro do deputado federal Armando Abílio Vieira (PTB-PB). "É evidente que foi manobra, porque a Conab é posto de grande relevância, mas o PTB que eu defendo não faz permuta e nem acerto", disse. "O PTB faz parte da base parlamentar do governo Lula e, se eles tiverem mais votos que nós na convenção nacional, o partido apoiará a Dilma (Rousseff, pré-candidata petista à Presidência). Mas estou convencido que ganharemos a convenção e vamos apoiar o Serra", concluiu.

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