Campanha tenta esclarecer fumantes sobre os males do cigarro

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Por Agencia Estado
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Quem tentou fumar o último cigarro impunemente antes de embarcar num vôo nos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim, hoje de manhã, foi surpreendido pela "patrulha" do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, na próxima quinta-feira, os técnicos do instituto inauguraram a exposição Enxergando Através da Fumaça, com painéis e vídeos sobre os males do cigarro, distribuindo folhetos educativos. E apresentaram o argumento definitivo: testes com monoxímetros, que medem o monóxido de carbono que se fica no organismo a cada cigarro fumado. O ator Leonardo Machado, de 26 anos, foi um dos flagrados com o cigarro na mão no saguão do Santos Dumont. Ele aguardava um vôo para a Bahia e acabou convencido a se submeter ao teste do monoxímetro. Numa escala de 1 a 80, Machado apresentou índice 30. "Quer dizer que eu estou pela bola 8", disse o gaúcho, que começou a fumar aos 12 anos, fuma dois maços por dia e, segundo o teste, é um fumante moderado. Ele, no entanto, não pretende abandonar o cigarro. "Trabalho na madrugada, viro a noite, às vezes não faço nada. É muita tensão", justificou-se. O recordista da manhã foi o vendedor Luís Lemos, de 57 anos, que chega a fumar um maço nas noites de insônia - sem contar os cigarros durante o dia. Ele alcançou o índice 50 do monoxímetro. "Deve ser porque eu peguei um trânsito horrível e fumei 5 ou 6 cigarros na última hora", desconversou. Os técnicos do Inca explicam que o monóxido de carbono é apenas uma das 43 substâncias cancerígenas presentes no cigarro. Ele toma o lugar do oxigênio inspirado e não permite que as células sejam oxigenadas na quantidade necessária. Todos os anos, 200 mil pessoas morrem no Brasil por causa de doenças relacionadas ao cigarro. Nas grávidas, o fumo causa ainda aumento do risco de parto prematuro, morte do bebê e aborto espontâneo. A campanha do Inca vai até o fim da semana e ocorrerá também em shoppings da cidade.

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