
12 de setembro de 2014 | 23h25
A campanha do senador Wellington Dias (PT), candidato favorito ao governo do Piauí, desencadeou nesta sexta-feira uma operação para blindar o petista de danos causados pela apreensão, no dia anterior, de R$ 180 mil, em dinheiro, que estavam em posse do motorista de seu gabinete. A ordem é, por ora, preservar o candidato e poupar o funcionário de qualquer punição ou investigação interna.
Na quinta-feira, José Martinho Ferreira de Araújo prestou depoimento no município de Barreiras, na Bahia, após a Polícia Rodoviária Federal ter encontrado o montante, em notas de R$ 100, embaixo do banco traseiro do veículo em que o servidor estava.
Os policiais pararam o veículo em uma operação de rotina no quilômetro 805 da BR-242, pouco depois das 11 horas. Eles decidiram fazer uma busca no automóvel após o condutor, Paulo Fernando de Souza, ter apresentado uma carteira de habilitação falsa.
Na ocasião, o funcionário teria alegado que o dinheiro serviria para a compra de uma propriedade rural e que estava a caminho de São Miguel do Fidalgo, no Piauí. Araújo foi liberado após prestar depoimento e o carro acabou apreendido.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Francisco de Sá, ao ser abordado, Araújo mostrou um crachá de identificação do Senado e se apresentou como motorista do senador.
Depois do ocorrido ser noticiado pela imprensa, funcionários da campanha de Wellington Dias viajaram a Barreiras para obter mais informações sobre o caso. De acordo com a assessoria do senador, eles foram informados pelo delegado de que Araújo afirmou no depoimento que tem como comprovar a origem do dinheiro.
Com isso, o comitê do candidato espera abafar o caso e evitar prejuízos eleitorais ao petista, que lidera com folga a eleição no Estado. Por enquanto, a quantia apreendida deve ficar depositada em juízo. Segundo o portal de transparência do Senado, a remuneração de Araújo é de R$ 3,5 mil mensais.
Respostas. Na sexta-feira, Wellington Dias afirmou que o motorista de seu gabinete está de férias e realizava uma viagem de caráter particular. Em nova nota divulgada hoje, o petista disse que apoia todas as investigações que o caso possa requerer.
A assessoria do senador também argumentou que o carro não está no nome do petista e que Araújo fazia o trajeto para levar seu pai até a cidade São Miguel do Fidalgo.
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