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Campanha contra hipertensão vai mal das pernas

Por Agencia Estado
Atualização:

A Campanha de Detecção de Suspeitos de Hipertensão Arterial, promovida pelo Ministério da Saúde, teve um início melancólico em muitos pontos do País. Até esta quarta-feira, o quarto dia oficial da campanha, grande número de postos de saúde não havia recebido do ministério o material básico para o atendimento da população - prontuários, cartazes, manuais para pacientes e equipamentos para medir a pressão arterial. Atraso na gráfica Na cidade de São Paulo, a saída encontrada foi fazer fotocópias de folhetos explicativos. Alguns municípios, no entanto, acharam melhor adiar a campanha até o recebimento do material. O Ministério da Saúde, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que o atraso foi provocado por problemas na gráfica e que cidades com mais de 100 mil habitantes teriam prioridade. Os municípios, de acordo com a assessoria, teriam recebido o material na segunda-feira. Não foi o que ocorreu na cidade de São Paulo ou em São Carlos, município do interior paulista com 192 mil habitantes. "Estamos realizando o atendimento dentro da nossa capacidade, afinal a divulgação já foi feita", disse a diretora do Departamento de Prevenção e Controle de Doenças da Secretaria Municipal de São Paulo, Márcia Caraça. Frustração "Pessoas que têm a hipertensão diagnosticada saem do posto sem o manual de orientações básicas, que deveria ter sido entregue pelo ministério. Alguns ficam frustrados, mas não temos alternativa." O Ministério da Saúde informou que o atraso nas gráficas foi provocado pelo grande volume de material. O governo havia encomendado 41.553.125 fichas e cartões, que seriam entregues para os participantes da campanha. Além disso, foram pedidas 24,9 milhões de cartilhas para pessoas com pressão alta diagnosticada. Sem reembolso Márcia Caraça acredita que a Secretaria de Saúde não será reembolsada pelos gastos extras. Para evitar esse tipo de problema, alguns municípios optaram por adiar a campanha. "Já sofremos com a falta de material na campanha de diabetes, feita em março deste ano", disse a secretária municipal de Saúde de São Carlos, Elisete Silva Pedrazzani. "Optamos por adiar o calendário, até que o ministério cumpra os seus compromissos." Elisete informou que a decisão de adiar a campanha foi determinada pela Regional de Saúde de Araraquara, que engloba municípios da região. "Não há como fazer um trabalho adequado sem infra-estrutura", afirmou. "De nossa parte, está tudo pronto." Prorrogação A Campanha de Hipertensão deverá ser feita até o dia 14 de dezembro. A inciativa, já amplamente divulgada pelo governo, tem como objetivo diagnosticar a pressão alta em pessoas com mais de 40 anos. Cerca de 85% dos pacientes vítimas de derrame cerebral e entre 40% e 60% das pessoas que sofreram enfarte são hipertensos. O ministério afirmou que o prazo poderá ser prorrogado, caso o material demore muito para chegar aos municípios.

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