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Caminho de dinheiro até o PT ainda está sob investigação, diz procurador da Lava Jato

Em entrevista para explicar a 21ª fase da Lava Jato deflagrada nesta terça-feira, 24 e que prendeu o pecuarista Luiz Carlos Bumlai, Carlos Fernando Lima afirma que operação ainda investiga fraudes em empréstimos bancários

Por Elizabeth Lopes e
Atualização:
O pecuarista José Carlos Bumlai detido pela Polícia Federal nesta terça-feira, 24 Foto: André Dusek|Estadão

São Paulo - Em coletiva para explicar a nova fase da Operação Lava Jato, a 'Passe Livre', as os integrantes da força-tarefa disseram que o pecuarista José Carlos Bumlai começou a ser investigado no âmbito da Operação Lava Jato após a delação premiada de Fernando Baiano. De acordo com o procurador Diogo Castor de Mattos, Bumlai teria oferecido apoio político à construtora Schain para obter contratos com a Petrobrás. 

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O procurador informou também que as investigações mostraram que o empresário é autor de lavagem de dinheiro e movimentação ilegal de recursos com uso de empresa de fachada. Segundo o procurador, o empréstimo contraído por Bumlai, em 2004, de R$ 12 milhões, tinha como beneficiário o Partido dos Trabalhadores (PT), sob a aparência de legalidade. E argumentou que tais empréstimos não cobrados são similares ao que ocorreu no escândalo do mensalão. "Conseguimos comprovar que o empréstimo de R$ 12 milhões a Bumlai não havia sido pago."

Apesar de o PT ter sido citado como beneficiário do empréstimo de fachada, o procurador Carlos Fernando de Souza Lima disse que o suposto caminho do dinheiro até chegar ao Partido dos Trabalhadores ainda está sob investigação.

De acordo com o Ministério Público Federal, Bumlai, que foi preso nesta terça em Brasília, utilizou contratos firmados na Petrobrás para quitar empréstimos junto ao Banco Schain. No detalhamento do empréstimo, Diogo Castor disse que houve total perdão dos juros, o que mostra a irregularidade da transação. Ele citou que além do empréstimo principal que envolve a estatal petrolífera, há dezenas de outros empréstimos não pagos, envolvendo pessoas físicas e jurídicas, coisas de dezenas de milhões de reais.

Nesta fase da operação, a força-tarefa investiga o uso de empréstimos para a lavagem de dinheiro, diferente do uso de empresas de consultoria, como foi revelado nas etapas anteriores. A operação começou a partir da delação do ex-gerente internacional da Petrobrás, Eduardo Vaz Musa, que citou a propina da empreiteira Schahin para Nestor Cerveró e outros executivos da estatal por meio de empréstimo do Banco Schahin para Luiz Carlos Bumlai.