Câmara vai apurar denúncia contra presidente de CPI

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Por Agencia Estado
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O presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), vai determinar a apuração da denúncia de que o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras Públicas, Damião Feliciano (PMDB-PB), teria tentado extorquir empreiteiras. De acordo com sua assessoria, Aécio aguarda maiores esclarecimentos sobre o caso, para depois determinar a abertura da sindicância. Se forem verdadeiras as denúncias, Damião poderá ter o mandato cassado. Por causa das suspeitas sobre Damião, que teria tentado achacar as empreiteiras para evitar que seus nomes constassem do relatório final da CPI, os líderes dos partidos na Câmara rejeitaram o pedido para prorrogar os trabalhos da comissão. O deputado Damião Feliciano anunciou, por sua assessoria, que na terça-feira vai entregar à Mesa da Câmara todos os seus extratos bancários, para provar que não tem culpa de nada. Mas quer também que o relator da CPI, Anivaldo Vale (PMDB-PA), faça o mesmo. "Lamentavelmente, parece que estão usando um instrumento importante como a CPI para tentar extorquir dinheiro de empreiteiras", disse o deputado José Genoíno (PT-SP). "Acho que as empreiteiras deveriam ser ouvidas imediatamente e, se confirmada a tentativa de achaque, o deputado Damião terá de ser cassado", afirmou Genoíno. "Isso é o fundo do poço, é inadmissível", disse ainda o deputado. Nos últimos tempos, muitas CPIs têm sido motivo de escândalos. Há quatro anos, a Câmara fez uma CPI para apurar se o Escritório Central de Arrecadação de Direito Autoral (Ecad) fazia de fato a transferência do dinheiro para os artistas. Logo surgiram denúncias de que o relator da CPI, o ex-deputado Heraldo Trindade (PPB-AP), estaria tentando tirar vantagens de seu cargo. Trindade não foi punido pela Câmara, mas não conseguiu se reeleger. Em seguida, outra CPI, que investigava a instalação de bingos no País, foi motivo de escândalo. Durante os trabalhos, circularam informações de que alguns dos seus integrantes, como o ex-deputado Marquinho Chedid (PSD-SP), extorquiam donos de bingos. Chedid envolveu-se ainda em outro caso rumoroso, conhecido por PSDólares - deputados trocavam seus partidos pelo PSD, em troca de cerca de US$ 30 mil a US$ 85 mil. Feitas as investigações, três deputados foram cassados por causa do escândalo da mudança de partido: Onaireves Moura (PR), Nobel Moura (RO) e Itsuo Takaiama (MS). As denúncias da compra de filiações foram feitas pelo senador Álvado Dias (PDT) e pelos deputados Jair Bolsonaro (PPB-RJ) e Osvaldo Reis (PMDB-TO).

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