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Câmara rejeita destaques e encerra votação de PL dos jogos de azar; texto vai ao Senado

Projeto rachou a base aliada de Bolsonaro e a bancada evangélica, contrária aos jogos de azar, não conseguiu adiar a análise da matéria; presidente afirmou que vetará projeto

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Foto do author Iander Porcella
Por Iander Porcella (Broadcast) e Izael Pereira
Atualização:

BRASÍLIA - A Câmara terminou nesta quinta-feira, 24, a análise dos destaques ao projeto de lei que legaliza cassinos, jogo do bicho e bingos no País. Os deputados rejeitaram todas as sugestões de mudança ao texto-base aprovado nesta madrugada. A regulamentação dos jogos de azar vai agora para o Senado.

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Na aprovação do texto-base, foram 246 votos favoráveis, 202 contrários e 3 abstenções. A bancada evangélica, contrária aos jogos de azar, não conseguiu adiar a análise da matéria, que contou com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL).

O projeto rachou a base aliada do presidente Jair Bolsonaro. Logo que o plenário iniciou a análise do projeto, ainda na quarta-feira, 23, o deputado Sóstenes Cavalcante (União Brasil-RJ), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, apresentou requerimento para retirada do texto da pauta, mas o pedido foi rejeitado.

Câmara rejeitou todas as sugestões de mudança do texto-base do projeto de lei que legaliza cassinos, jogo do bicho e bingos no País; regulamentação dos jogos de azar vai agora para o Senado. Foto: Ronda Churchill/AFP

A liderança do governo e o PL, partido de Bolsonaro, liberaram o voto de suas bancadas. Principal legenda do Centrão, o Progressistas orientou pela aprovação do texto; Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, pediu que os deputados rejeitassem o projeto.

De olho no eleitorado evangélico neste ano em que disputará a reeleição, Bolsonaro afirmou que vetará o projeto. Em entrevista à rádio Viva FM, do Espírito Santo, em 17 de janeiro, o presidente afirmou que os jogos de azar não são bem-vindos no Brasil

O relator do projeto, deputado Felipe Carreras (PSB-PE), estabeleceu a criação de uma Cide-Jogos, com alíquota fixa de 17% sobre a operação das apostas. Além disso, a incidência de Imposto de Renda (IR) é de 20% sobre prêmios de R$ 10 mil ou mais.

Os recursos gerados pela cobrança da contribuição serão distribuídos para União, Estados, Distrito Federal (DF) e Municípios e a ideia é que financiem políticas sociais, incluindo reconstrução de áreas de risco e prevenção de desastres naturais. A incidência do IR, por sua vez, será sobre o ganho líquido, ou seja, o valor do prêmio deduzido do valor pago para fazer a aposta. O relator determinou que o imposto será retido na fonte pela entidade operadora.

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Carreras também estabeleceu que os jogos de azar serão regulados e supervisionados pela União, por meio de um “órgão regulador e supervisor federal”, definido por lei. Para operar, os estabelecimentos precisarão de licença. Será criada, ainda, uma lista de registros proibidos, espécie de banco de dados com jogadores impedidos de apostar.