17 de abril de 2012 | 21h43
BRASÍLIA - Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada ontem pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, vai investigar a suposta máquina de espionagem que teria sido montada na capital do País para monitorar os passos de políticos, jornalistas e desafetos do governador Agnelo Queiroz (PT). Segundo a deputada Celina Leão (PSD), autora do requerimento da CPI, vários deputados federais e metade dos distritais tiveram seus sigilos violados.
Na sua conta, cerca de 80 pessoas, inclusive procuradores, estariam entre os alvos do monitoramento. Um dos políticos espionados seria o deputado federal, Fernando Francischini (PSDB-PR), autor de graves denúncias contra Agnelo no Congresso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o governador é alvo de inquérito por acusação de irregularidades desde que foi ministro do Esporte (2003-2006) e diretor da Agência de Vigilância Sanitária (2007-2010).
Agnelo sempre negou as acusações e as atribui a uma "campanha sórdida de adversário" para enfraquecê-lo politicamente. O esquema de espionagem, conforme a deputada, estaria instalado na Casa Militar do GDF, comandada pelo coronel Rogério Leão, alvo de uma moção de repúdio dos deputados distritais.
Auditoria interna do Ministério da Justiça, divulgada na semana passada, confirmou a suspeita: Dois policiais subordinados a Leão fizeram consulta a dados pessoais do parlamentar tucano um dia depois que ele protocolou pedido de prisão do governador na Procuradoria-Geral da República. A consulta foi feita no sistema de informações de segurança do governo federal (Infoseg), que arquiva a senha de quem o acessa.
O coronel defendeu seus subordinados, alegando que eles têm permissão para acessar o banco de dados e agiram dentro da lei, uma vez que Francischini havia convocado uma manifestação em frente ao restaurante Bom Grillé, pertencente à familiares de Agnelo. "Havia o risco de agressão e de depredação do patrimônio e nossa obrigação é proteger o governador e seus familiares", explicou o militar.
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