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Câmara do DF libera entrada de 'pets' e deputado leva cachorro para o plenário

Projeto de resolução que autoriza animais de estimação de pequeno porte foi aprovado na terça-feira, 7; ontem, um cachorro entrou no plenário da Casa pela primeira vez

Foto do author Julia Affonso
Por Julia Affonso
Atualização:

BRASÍLIA - Beethoven tem seis anos e "discursou" no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal na quarta-feira, 8, pela primeira vez. A entrada do cachorro foi liberada um dia depois de os parlamentares aprovarem um projeto de resolução autorizando que animais de estimação de pequeno porte - até 12 quilos - frequentem a Casa.

O autor da proposta é o deputado Daniel Donizet (PL), que resgatou o animal em um canil clandestino em 2015. "O Beethoven foi no plenário e fez um discurso", disse o parlamentar ao Estadão, rindo. "Eu falei em nome dos animais, em nome daqueles que não podem falar. O Beethoven falou que ele fica muito triste quando ele vê esses casos de maus tratos, de envenenamento, de espancamento, animais abandonados. Fez um apelo para que, nesse fim de ano, (as pessoas) não soltem fogos barulhentos."

O deputado Daniel Donizet (PL) com seu cachorro, Beethoven, na Câmara Legislativa do DFO deputado Daniel Donizet (PL) com seu cachorro, Beethoven, na Câmara Legislativa do DF. Foto: Mardônio Vieira / Câmara Legislativa do Distrito Federal

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Donizet afirmou que o projeto seguiu uma "tendência mundial" e o objetivo foi sensibilizar outros órgãos públicos e empresas privadas a também liberarem a entrada dos "pets". "Ter um animal doméstico no ambiente de trabalho reduz o estresse, aumenta a produtividade do tutor, além de lógico alegrar o ambiente", afirmou.

Segundo o parlamentar, a ideia é também chamar a atenção para os direitos dos animais. Donizet citou a dificuldade em cumprir leis direcionadas aos bichos: "Está chegando a época do final do ano e a gente tem um problema sério com relação aos fogos de artifício. Aqui em Brasília tem uma lei que proíbe, mas mesmo assim as pessoas insistem em soltar fogos. Isso prejudica muito os animais".

A proposta proíbe o acesso de animais ferozes ou perigosos, peçonhentos ou com problemas de saúde que possam causar "desconforto" ou que comprometam a segurança das instalações ou das pessoas. As restrições podem ser dispensadas para cães de serviço ou animais de suporte emocional.

O texto afirma que qualquer visitante ou funcionário pode entrar com seu animal de estimação de pequeno porte nas dependências da Câmara. Não é preciso cadastrar o bicho na entrada. "A gente está criando um centro de convivência dos pets. Vamos fazer a instalação de comedouros, bebedouros e colocar uma área para fazer as necessidades", relatou Donizet.

Joice Hasselmann (PLS-SP) com seu gato James no gabinete da liderança do governo, em 17 de outubro de 2019. Para frequentar o gabinete, o gato Jamestinha até crachá. Foto: Gabriela Biló / Estadão

Na Câmara dos Deputados, um ato da Mesa Diretora de 2020 proíbe a entrada de animais de qualquer espécie, com exceção  dos cães guias e dos cães policiais. A deputada Joice Hasselmann (PLS-SP), no entanto, costumava levar seu gato de estimação, James, para o gabinete quando era líder do governo, cargo que não ocupa mais desde 2019. / COLABOROU CAMILA TURTELLI

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