Câmara de Tietê-SP cassa prefeito por 'ofensa'

Saconi Neto entrou com mandado de segurança para impedir cassação, mas a Justiça rejeitou a liminar

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Por José Maria Tomazela
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A Câmara da cidade de Tietê, a 150 quilômetros de São Paulo, cassou nesta quarta-feira, 23, o mandato do prefeito Basílio Saconi Neto (PMDB), acusado de ofender a Casa. Em entrevista publicada no jornal Folha da Cidade, Saconi Neto teria chamado os vereadores de "incompetentes". A cassação foi decidida por 6 votos a 3, numa sessão de mais de cinco horas. Ele entrou com um mandado de segurança para impedir a nulidade do mandato, mas a Justiça rejeitou a liminar. Saconi Neto deve recorrer ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP). De acordo com a denúncia, em reportagem do jornal publicada em março, o prefeito de Tietê comparou a Câmara Municipal a um "circo" e procedeu de modo "incompatível com o decoro do cargo." Num dos trechos da entrevista, Saconi Neto afirma que, enquanto outras cidades crescem unidas, "esta Câmara trabalha diferente." De acordo com a acusação, a afirmação deixa implícito que "a Câmara de Vereadores trabalha de forma indigna e desonrada. " Baseada numa representação de dois munícipes, o Legislativo instalou uma comissão processante e abriu o processo para tornar sem efeito o mandato do prefeito. Saconi Neto negou-se a comparecer à Câmara para se defender. Por isso, um advogado indicado pela Casa atuou na defesa. O presidente José Geraldo Fabri Filho (PPS) considera que o processo de cassação foi regular. Fabri Filho baixou um decreto legislativo declarando a perda do mandato e o afastamento definitivo do cargo. O vice-prefeito José Antônio Mazzer Lazarin, deveria tomar posse hoje. O prefeito não estava no município. Segundo a assessoria de Saconi Neto, ele viajou para a capital paulista na tentativa de reverter a cassação no TJSP.

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