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Câmara começa votação com 470 deputados na sessão

Por DENISE MADUEÑO E EUGÊNIA LOPES
Atualização:

Dos 513 deputados, 470 tinham registrado presença no plenário no momento em que começou hoje a votação para a escolha do presidente da Câmara e demais cargos da Mesa Diretora da Casa. Vence em primeiro turno o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos válidos. A Mesa é composta por sete cargos titulares e quatro suplentes. O voto é secreto. Nove urnas eletrônicas foram instaladas no plenário. Favorito na disputa com o apoio de 14 partidos, que somam 421 deputados, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) fez um discurso de vencedor, mas não deixou de tentar agradar aos deputados antes do início da votação. Prometeu ampliar, se eleito, as atividades da TV Câmara para que sejam registrados e divulgados os trabalhos dos parlamentares em seus Estados nos finais de semana. Essa seria uma forma de responder às críticas de que os deputados trabalham apenas três dias por semana em Brasília. O deputado Ciro Nogueira (PP-PI) fez seu discurso dirigido aos deputados considerados do "baixo clero" - os que não têm posição de destaque na Casa. Ele disse que há "um abismo" entre o presidente e o plenário e é o momento de mudar essa situação. "A Câmara não é do presidente nem do partido de seu presidente", afirmou Nogueira. "É o momento de decidir o que é melhor - o presidente que olha para cima ou o que olha nos olhos de cada um", discursou. Pela ordem definida em sorteio, coube ao deputado Aldo Rebelo fazer o discurso no final. Ele criticou o blocão de apoio ao candidato Michel Temer. Rebelo afirmou que os deputados que estavam nos seus Estados chegaram a Brasília com a definição pronta dos líderes e comparou a proibição dos partidos para impedir candidaturas de outros parlamentares ao Ato Institucional número 5, o AI 5 (lei de exceção da ditadura militar) . "Não acredito que essa sessão seja uma farsa para referendar um acordo de cúpula no qual se transfere a presidência como se fosse uma sesmaria, como uma herança", afirmou. Mais cedo, na sessão, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), fez um balanço dos dois anos em que esteve no cargo. Durante sua presidência, Chinaglia foi criticado por parlamentares pela maneira, considerada por eles pouco educada, de tratar os colegas. "Na condução dos trabalhos da Casa, tenho consciência que alguns colegas ficaram magoados com o rigor e veemência com que me dirigi a eles. Não era a minha intenção. Assim, a eles peço publicamente desculpas", afirmou. No final do discurso, Chinaglia se emocionou ao lembrar do deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), morto em 17 de julho de 2007, no acidente com o avião da TAM em Congonhas (SP). Chinaglia homenageou os sete deputados que morreram nesses dois anos em que ele esteve no cargo.

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