Câmara aprova MP que libera União a socorrer prefeituras

Por DENISE MADUEÑO
Atualização:

O plenário da Câmara aprovou hoje o texto básico da medida provisória (MP) 462, que, originalmente, foi editada para permitir o socorro da União às prefeituras, para compensar as perdas com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) no limite orçamentário de R$ 1 bilhão. A MP, no entanto, recebeu diversas alterações feitas pelo relator, deputado Sandro Mabel (PR-GO). O relator incluiu itens que tratam de parcelamento de dívidas dos municípios, que tratam de política ambiental, de renegociação de débitos com a União, alteram o Código Civil, promovem isenção de contribuição previdenciária, entre outros pontos. Com tanta carona, a MP foi apelidada de "MP ônibus". Essa é a última MP em que não vale a regra instituída pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), de não aceitar mais emendas ao texto de assuntos que não têm relação com a proposta original. Os deputados estão votando agora pontos da MP de forma separada.O relator incluiu itens que já foram vetados anteriormente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na MP 449, os parlamentares incluíram juros mais baixos para a correção do parcelamento de débitos com a União para quem aderir ao Refis, mas Lula vetou. Mabel insistiu. Ele repetiu no seu parecer a mudança do cálculo de correção pela taxa Selic para a média aritmética da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJPL) e da Selic.Ele também repetiu a extensão do crédito presumido de PIS e Cofins para os insumos utilizados para a produção do biodiesel, também incluído na MP 449 e vetado por Lula. Mabel incluiu em seu parecer dispositivos que estavam na MP 452. Essa MP perdeu a validade em junho passado, porque não foi votada em tempo pelos senadores. Dentre eles, o polêmico que dispensa o licenciamento ambiental obrigatório nas obras de pavimentação, adequação e ampliação das rodovias federais já existentes, com a instituição de um procedimento simplificado.O relator acrescentou no texto da MP do governo um dispositivo que autoriza o parcelamento em 120 meses, corrigido pela média da TJLP e da Selic, de todos os débitos dos municípios por meio de convênios com União ocorridos até 31 de dezembro do ano passado.Nessa MP, o próprio governo tratou de outros assuntos, além do socorro financeiro aos municípios. Ela autoriza o aumento da participação da União - de R$ 1 bilhão para R$ 5 bilhões - no Fundo de Garantia para a Construção Naval (FGCN) e inclui atividades da indústria petrolífera entre as que podem ser garantidas pelo fundo, incluindo a construção de plataformas flutuantes para perfuração, como as necessárias para a exploração da área conhecida por pré-sal. A MP também preserva os créditos do Banco Central em caso de quebra de bancos e estabelece em lei procedimentos já realizados na gestão do programa Bolsa-Família e institui o Índice de Gestão Descentralizada (IGD) do programa para aferir qualidade de execução descentralizada.

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