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Câmara afasta metade dos vereadores por corrupção

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Por Agencia Estado
Atualização:

Seis dos 13 vereadores de Ibaté, cidade de aproximadamente 30 mil habitantes, na região de Ribeirão Preto, interior do Estado de São Paulo, foram afastados pela Câmara, no início da noite desta segunda-feira, e serão investigados pela suposta participação num esquema de corrupção que seria comandado pelo prefeito Thomaz Ângelo Roccito Neto (PMDB). Um suplente, Marivaldo Monte (PPB), ex-vereador, assim que tomar posse, também será afastado por estar envolvido nas acusações feitas, no início de abril, pelo vigilante Nivaldo Aparecido Alves, candidato a vereador do PT derrotado em 2000. Os vereadores afastados devem recorrer à Justiça para retornar ao cargo. Além do afastamento dos vereadores, Ibaté é administrada pelo prefeito, que foi cassado duas vezes no ano passado e só permanece no cargo com decisões liminares da Justiça local. "Essa é a única prefeitura na história do Brasil, desde 1500, que teve um prefeito cassado duas vezes numa semana", diz o presidente da Câmara, Hamilton de Almeida (sem partido), que era da situação e passou à oposição, saindo da legenda quando começaram a aparecer as denúncias contra o prefeito. Roccito Neto foi cassado pelos vereadores por tentar se desfazer de uma ambulância sem autorização judicial, em 28 de junho de 2001. Voltou ao cargo no dia seguinte e, em 5 de julho, foi cassado por pagar gratificações a funcionários que não faziam horas extras. Retornou novamente com liminar. A Câmara recorreu ao Tribunal de Justiça, em São Paulo, e aguarda a decisão da seção de foro privilegiado. A denúncia de Alves contra os vereadores baseia-se numa fita que contém a conversa do vereador Benedito Thamos (PPB) com seu suplente, Monte, em que eles discutem o recebimento de propina para manter o apoio ao prefeito. No dia 13 de maio, a Câmara votaria o afastamento dos implicados, mas não houve quorum. Nesta segunda-feira, porém, houve quorum, e foram afastados seis vereadores - Thamos, João Carlos Rubo (PSD), Pedro Evanildo Mascagna Cavicchioli (PSDB), Maurício Henrique Trita (sem partido), Josué Sabino da Silva (PFL) e João Siqueira Filho (PTB) - e a posse de cinco suplentes. Se Monte assumir (tem 15 dias para isso) e for afastado, Ademir Ronquin (PPB) será empossado no cargo. Segundo Almeida, duas Comissões Processantes (CPs) foram formadas nesta segunda. Uma vai apurar a denúncia contra os vereadores, e outra, contra o prefeito, que será investigado por supostas irregularidades na contratação dos serviços de tapa-buraco do município.

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