Câmara absolve o deputado José Janene

Com 210 votos a favor e 120 contra, é arquivado o processo contra o parlamentar

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Por Agencia Estado
Atualização:

O deputado federal José Janene (PP-PR), acusado de envolvimento no mensalão, foi absolvido na noite desta quarta-feira, em votação no plenário da Câmara dos Deputados. Foram 210 votos a favor e 128 contra a cassação. Janene foi acusado de receber R$ 4 milhões de contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Do total de 366 parlamentares votantes, houve 5 votos em branco e 23 abstenções. Não houve votos nulos. Janene era o único dos 19 parlamentares acusados de participar do mensalão que ainda não tinha sido julgado. Para a cassação de um deputado, são necessários 257 votos (metade mais um dos 513). O Conselho de Ética já havia recomendado a cassação do "mensaleiro" em junho deste ano. Dos acusados de envolvimento no esquema, foram cassados José Dirceu, Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o mensalão, e Pedro Corrêa (PP-PE). Quatro parlamentares renunciaram para fugir do processo e 11 foram absolvidos. Janene foi condenado pelo recebimento de R$ 4,1 milhões do "valerioduto", esquema de distribuição de recursos a parlamentares para bancar despesas de campanhas eleitorais montado pelo empresário Marcos Valério de Souza. Janene admite ter recebido R$ 700 mil, que diz terem sido usados para pagar o advogado na defesa do ex-deputado Ronivon Santiago (AC) também do PP, que teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral por compra de votos. Afastado desde outubro de 2005 por licença médica, já que sofre de uma doença crônica do coração, Janene tentou de tudo para evitar o andamento do processo no Conselho de Ética e chegou a pedir aposentadoria à Câmara, que foi negada. O esquema do mensalão - pagamento de uma suposta mesada a parlamentares para votarem a favor de projetos do governo - foi denunciado por Roberto Jefferson, então deputado pelo PTB e presidente da legenda, que acabou sendo cassado por conta de seu envolvimento. Segundo ele, os pagamentos mensais chegavam a R$ 30 mil e o esquema de repasse do dinheiro era feito através de movimentações financeiras do empresário Marcos Valério.

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