Calheiros, irritado com possível boicote do PFL a Jader

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Por Agencia Estado
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O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), reagiu com irritação à decisão do PFL da Câmara de boicotar as sessões do Congresso Nacional, caso o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) reassuma a presidência do Senado na próxima terça-feira. "O PFL está condenando antes do tempo e o PMDB não fará nada que colabore com o pré-julgamento", disse Renan, referindo-se à posição pefelista anunciada hoje pelo líder na Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE) à Executiva Nacional do partido. Além dessa manifestação do PFL, foi lida hoje no plenário do Senado a indicação, aprovada ontem pelo Conselho de Ética, pedindo que a Mesa do Senado tome providências para evitar o retorno de Jader ao comando do Senado. A matéria segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A indicação ressalta que, se o presidente licenciado reassumir o posto, "poderá gerar uma crise de graves proporções para a instituição e para o regime democrático no país". Votação adiada Embora tenha contestado os movimentos políticos, tanto do PFL quanto do Conselho de Ética, contrários ao retorno de Jader Barbalho à presidência do Senado, o PMDB conseguiu adiar a votação do relatório da comissão do Conselho de Ética que pede a abertura de processo contra Barbalho, para depois do término de seu período de licença. O novo presidente do Conselho de Ética, senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS), utilizou o prazo máximo de cinco dias úteis, previsto no Regimento Interno do Senado, para a concessão do pedido de vistas feito pelo PMDB e marcou a votação do relatório, que será aberta, para a próxima quinta-feira. "Não há indicativo que possa mudar o rumo das provas", afirmou o senador Romeu Tuma (PFL-SP), um dos autores do relatório da comissão do Conselho de Ética. Situação em estudo O presidente em exercício do Senado, Edson Lobão, informou hoje que a indicação do Conselho de Ética pedindo providências à Mesa para que o senador Jader Barbalho continue afastado da presidência da Casa, não será submetida à Comissão de Constituição e Justiça como estava previsto inicialmente. Lobão disse que tentará reunir a Mesa na próxima segunda-feira para ver o que poderá ser feito sobre o assunto. "Estamos estudando a situação sob o ponto de vista jurídico", disse Lobão, ressaltando que essa indicação, aprovada ontem, é mais política do que propositiva. Na opinião do senador, uma das providências que a Mesa poderia adotar para impedir o retorno de Jader, enquanto prosseguem as investigações, é a votação de um projeto de resolução que proíbe os senadores investigados de participar de cargos da Mesa.

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