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Caiapós armados marcham para expulsar garimpeiros

Por Agencia Estado
Atualização:

Cresce a tensão entre garipeiros e índios, na Amazônia. Desta vez, o conflito está instalado no córrego Mãe Preta, afluente do Rio Xingu, dentro da reserva de 2 5 milhões de hectares dos índios caiapós, em São Félix do Xingu, no sul do Pará, na aldeia Crocaimoro. Dezenas de guerreiros caiapós pintados e armados para a guerra foram vistos entrando na mata, neste domingo, para expulsar à força pelo menos 150 garimpeiros acusados de invasão e extração de ouro em suas terras. Informada desde o dia 30 pelo administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Colider (MT), Megaron Txucarramãe, sobre a intenção dos índios, a direção da Funai, em Brasília, pediu no sábado por telefone e fax à Secretaria de Defesa Social e Polícia Federal do Pará para organizarem uma operação de retirada imediata dos garimpeiros, o que acalmaria os caiapós. Com a ajuda dos índios, servidores da Funai localizaram duas pistas de pouso clandestinas, oito balsas, dezenas de garimpeiros e várias máquinas de sucção trabalhando dentro da reserva, numa área distante mais de 150 km da aldeia Crocaimoro. Alguns pilotos de avião que fazem fretes para o garimpo já identificaram a presença dos índios próximos ao Água Preta, alertando os garimpeiros para que abandonem o local imediatamente. Alguns já teriam deixado o garimpo, mas a maioria preferiu ficar e resistir à ameaça de expulsão. A Funai pediu ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o empréstimo de seu helicóptero baseado na cidade de Tucumã para realizar um sobrevôo no local e depois tentar fazer um pouso com agentes encarregados de intermediar a saída pacífica dos invasores. Os caiapós são famosos pela violência com que tratam os invasores de suas terras. Na década de 70, eles mataram oito garimpeiros, cortaram suas cabeças e as penduraram em árvores próximas de uma estrada, onde foram encontradas pela polícia do Pará.

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