Cada invasão do MST deixa prejuízo de R$ 160 mil

O cálculo, referente a área média no Pontal, é do presidente da Federação da Agricultura de São Paulo

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Por Agencia Estado
Atualização:

include "$DOCUMENT_ROOT/ext/politica/terras.inc"; ?> O presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) e vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fábio Meirelles, disse ontem que os produtores do Pontal do Paranapanema estimam que o prejuízo mínimo causado por uma invasão do Movimento dos Sem-Terra (MST) gira em torno de R$ 200 mil a R$ 300 mil. "Mas não devemos nos esquecer de que, para reaver a propriedade, cabe ao produtor arcar com inúmeros custos, inclusive judiciais", ressaltou Meirelles. Essa é a primeira vez que os agricultores da região fazem um balanço dos prejuízos causados pelas ocupações do MST. Meirelles salientou que, em alguns casos, onde o ímpeto dos invasores é "mais exacerbado", os prejuízos podem chegar a R$ 1 milhão, tomando como média o tamanho das propriedades invadidas. O presidente da Faesp destacou que cálculos aproximados, levando em conta apenas danos parciais, levam à conclusão de que os prejuízos diretos jamais ficam por menos de R$ 160 mil. "Nessas estimativas consideram-se os reparos das benfeitorias, o replantio das áreas destruídas e a margem bruta cessante; mas esse valor pode multiplicar-se muitas vezes, conforme a violência dos invasores." Meirelles fez os cálculos com base em informações fornecidas pelos produtores e por sindicatos rurais, mas ressaltou que, "embora os prejuízos causados pelas invasões do MST sejam flagrantemente evidentes e revoltantes", a sua mensuração total é difícil. "Além das perdas materiais, provocam impactos psicológicos nas famílias e colaboradores do homem do campo." Ele enumerou as ações mais comuns: corte das cercas, de modo a evitar o reaproveitamento; corte ou queima de matas nativas ou reflorestadas; abate de animais, incluindo reprodutores e matrizes; saque de materiais; destruição das benfeitorias, lavouras, máquinas e equipamentos; destruição de taipas de barragens e bloqueio de estradas de acesso às propriedades. No caso dos animais, ressaltou Meirelles, eles são abatidos com armas de fogos e a carne - proveniente do abate ao ar livre, sem condições de higiene e limpeza - é vendida para receptadores, que a comercializam em pequenos estabelecimentos. "A conseqüência disso tudo é o desassossego geral", disse. Reação O dirigente da Faesp considera "inconcebível o governo não tomar enérgica posição, em cumprimento do compromisso de posse e da Constituição de manter a ordem interna e o estado democrático de direito". E alertou: "É preciso dar um basta a esses desmandos, garantir a segurança do produtor, sua família e seus trabalhadores, para que asseguremos a continuidade do extraordinário desempenho do agronegócio brasileiro." Para ele, o desrespeito à lei já vem provocando conseqüências danosas ao agronegócio no plano internacional, "pois os parceiros comerciais estão receosos da presente situação, que beira ao caos e trouxe como conseqüência direta o aumento do risco Brasil". E acrescentou: "Sem ordem e respeito à lei não existe sociedade organizada e dificilmente haverá sustentabilidade do desenvolvimento." O dirigente alertou, também, para o fato de serem extremamente perigosas declarações de integrantes do governo em favor de atitudes violentas de índios. "Não deve haver beneplácito com qualquer ato de violência, pois isso pode levar à ampliação dessas atitudes, além de uma crise de governabilidade, trazendo como conseqüência, para o governo, a sua desmoralização."

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