Cachoeira diz que Waldomiro o extorquia por meio de assessor

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, afirmou nesta quinta-feira que o ex-assessor parlamentar da Casa Civil Waldomiro Diniz teria se utilizado de um ex-assessor para lhe extorquir dinheiro por mais de uma vez. Cachoeira, que seria um conhecido bicheiro de Goiás, prestou depoimento por quase quatro horas para investigadores que apuram a cobrança de propina feita pelo ex-funcionário do Palácio do Planalto. O empresário confirmou, de forma informal, que teve um encontro com Diniz já em 2003, quando foi discutir um contrato de fornecimento de equipamentos para o governo. O depoimento de Cachoeira começou por volta das 23h de quarta-feira e se estendeu até as primeiras horas da manhã de quinta, e foi dado de forma espontânea. Acompanhado por dois advogados, o bicheiro contou aos investigadores que gravou a conversa com Diniz quanto estava em seu escritório, no Rio. Dizendo-se coagido na época - em 2002 - Cachoeira disse que mandou realizar as filmagens para se defender do ex-assessor palaciano, que o extorquia. A parte mais importante do depoimento, que os investigadores estão mantendo em sigilo, é quando Cachoeira revela que Armando Dilli, que foi assessor de Diniz quando o ex-subsecretário estava na presidência da Loterj, lhe fez vários pedidos de dinheiro e dizia que era para o próprio Waldomiro. Dilli, conforme o bicheiro, a pedido de Diniz, chegou a ser seu funcionário por um período, ao mesmo tempo em que também trabalhava como assessor da Loterj. Na entrevista dada à revista Época, Diniz afirma que a cobrança de 1% de Carlinhos Cachoeira era para entregar a Dilli. No seu depoimento, o bicheiro diz que não chegou a pagar o porcentual pedido pelo ex-assessor do Palácio do Planalto, alegando que o diálogo era uma encenação para comprovar a extorsão feita por Diniz. O depoimento está com o Ministério Público Federal e Polícia Federal, no Rio de Janeiro, onde o caso está sendo apurado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.