Cabral vê desrespeito e Garcia, ''viés senhorial''

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Por Roldão Arruda e Pedro Dantas
Atualização:

Entre as personalidades que não gostaram das declarações do senador Jarbas Vasconcelos à revista Veja e reagiram ontem encontram-se o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), e o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. Na opinião do governador, seu colega pernambucano foi desrespeitoso ao generalizar as críticas de corrupção. "Isso é uma desconsideração com ele mesmo, porque é um membro do PMDB", disse Cabral. Garcia atacou as referências da entrevista ao Bolsa-Família, classificado por Jarbas como "o maior programa oficial de compra de votos no mundo" e a confirmação da "opção clara pelo assistencialismo". Para o assessor presidencial, o argumento é "profundamente conservador, elitista e aristocrático." BONS E MAUS Em seus comentários, Cabral disse que "em todo partido existem bons e maus quadros". Para confirmar sua tese, acrescentou que nem ele nem o senador gaúcho Pedro Simon (RS) são corruptos. No mesmo grupo dos bons quadros encontram-se, segundo Cabral, os governadores peemedebistas Paulo Hartung (Espírito Santo), Roberto Requião (Paraná), Marcelo Miranda (Tocantins) e Luiz Henrique (Santa Catarina). "Essa generalização é desrespeitosa com uma legenda que ele ajudou a construir", concluiu o governador carioca. Para Garcia, as declarações de Jarbas mostram que "ele se tornou um conservador, com um viés senhorial, incapaz de entender que as políticas sociais não são benfeitorias, mas direitos". O assessor presidencial também falou em desrespeito, não com os políticos, mas com o povo: "O argumento dele é o de quem acredita que o povo brasileiro é composto por um bando de imbecis que se deixa corromper por um Bolsa-Família."

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