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Cabral rebate Anistia Internacional e defende 'confronto'

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Por Redação
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O governador fluminense, Sérgio Cabral, rebateu as críticas da Anistia Internacional na quarta-feira, dizendo que sua política de "confronto" com os traficantes está protegendo os direitos humanos. A Anistia afirmou em um relatório divulgado mais cedo que o governador tinha adotado uma "postura pública cada vez mais draconiana e belicosa na segurança pública", com grandes operações policiais que custavam centenas de vidas. O relatório diz que a maior parte das forças policiais brasileiras usaram métodos "violentos, discriminatórios e corruptos" quando combatem o crime em regiões pobres e que o Estado do Rio, em especial, é culpado disso. O grupo acusou Cabral de abandonar as promessas de reformar o sistema. Cabral disse a jornalistas que os verdadeiros violadores dos direitos humanos são os pesadamente armados grupos de traficantes, que controlam centenas de favelas na cidade do Rio de Janeiro. "Nós estamos combatendo desrespeitos aos direitos humanos que acontecem no Rio de Janeiro há muitos anos, e estamos revertendo isso, com enfrentamento, sim. São bandidos covardes, cometem chacinas... Isso sim é falta de direitos humanos. Eu não vou tolerar isso", afirmou Cabral. "Quero que eles (Anistia) vejam o outro lado, que significa a marginalidade nessas comunidades e o terror que elas tocam com relação aos direitos humanos", completou o governador. Na quarta-feira, a polícia disse que matou 6 suspeitos criminosos em duas operações separadas. A polícia fluminense informou que matou 1.260 pessoas em 2007, um quarto a mais na comparação com o ano anterior, e todas as mortes foram classificadas como "atos de resistência". As Nações Unidas criticaram a falta de investigações oficiais sobre as mortes. Mais tarde, a secretaria estadual de Segurança Pública divulgou um comunicado para negar que haja política de confronto no Rio. "O que há é uma política de desarmamento do tráfico para que o carioca recupere seu direito de ir e vir. Moradores de comunidade pobres também pagam imposto e têm direito à segurança pública e não de viver sob o domínio de bandidos", afirma o texto. (Reportagem de Pedro Fonseca)

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