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Cabral gasta em campanha quatro vezes mais que Frossard

Os dois conseguiram fechar as contas sem deixar dívidas de campanha

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Por Agencia Estado
Atualização:

O gasto do governador eleito do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), na campanha eleitoral deste ano foi quatro vezes maior do que o declarado por sua principal adversária, a deputada Denise Frossard (PPS), derrotada por ele no segundo turno. Cabral declarou ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) R$ 9,7 milhões em despesas e Frossard, R$ 2,3 milhões. Os dois conseguiram fechar as contas sem deixar dívidas de campanha. A previsão inicial de gastos de Cabral era de R$ 8 milhões e foi aumentada para R$ 11 milhões no segundo turno, mas a campanha não se aproximou do limite. Denise Frossard manteve a previsão em R$ 5 milhões, mas não gastou nem a metade. A declaração de gastos de Cabral lista gastos de exatamente R$ 9.734.780,48 nos dois turnos. Como a arrecadação foi de R$ 9.740.389,18, um pouco superior ao total de despesas, o peemedebista teve uma sobra de R$ 5.608,70. O dinheiro irá para o caixa do partido. Frossard gastou R$ 2.344.611,20, segundo a declaração, e arrecadou R$ 2.344.740,27. Sobraram apenas R$ 129,07 para o PPS. Entre os principais financiadores do governador eleito do Rio estão bancos e construtoras. As maiores doações para a campanha de Cabral do segmento financeiro são as do Itaú (R$ 900 mil), Banco Alvorada (R$ 800 mil), BGN (R$ 400 mil) e Banco Cruzeiro do Sul (R$ 250 mil). O BMG, banco envolvido no escândalo do valerioduto em 2005, contribuiu com R$ 350 mil para a campanha do peemedebista. A Bolsa de Mercadorias e Futuros e a Bolsa de Valores de São Paulo doaram juntas R$ 120 mil para a campanha do novo governador do Rio. Entre as empresas de construção civil que fizeram doações para Cabral, a Carioca Christiani Nielsen Engenharia se destaca com R$ 700 mil. A empresa também fez doações para Frossard, mas em proporção bem menor: R$ 150 mil. O mesmo aconteceu com outras construtoras. A OAS doou R$ 800 mil para Cabral e a metade para Frossard. A Brascan doou R$ 125 mil para Cabral e apenas R$ 50 mil para a campanha da deputada. Já a Norberto Odebrecht e a Carvalho Hosken só fizeram doações para Frossard: R$ 100 mil e R$ 75 mil, respectivamente. A mineradora Caemi, subsidiária da Vale, doou R$ 200 mil para Frossard e R$ 300 mil para Cabral. A petrolífera Ipiranga ficou entre os que equilibraram as doações e dispôs de R$ 100 mil para cada um. Cabral não aplicou recursos próprios na campanha, mas entre as contribuições de pessoas físicas a seu favor chama a atenção a do advogado Mauro Fichtner, pai de Régis Fichtner, suplente de Cabral no Senado e futuro chefe do gabinete civil do governador eleito. Fundador de um prestigiado escritório de advogados do Rio, ele doou R$ 50 mil. Frossard aplicou R$ 1.700 na própria campanha e também teve como doador seu coordenador político, Jackson Vasconcellos. Ele doou R$ 1.145. Diferentemente do governador eleito, Frossard concentrou a maior parte das despesas nos programas de televisão. Pagou R$ 1,29 milhão para a produtora Ludwig Maia, que pertence a um sobrinho do prefeito Cesar Maia, padrinho político de sua candidatura. Cabral gastou mais com pessoal (pouco mais de R$ 1 milhão) e publicidade por placas e material impresso (quase R$ 3,7 milhões). Pouco mais de R$ 500 mil foram gastos com pesquisas. A produção dos programas de TV de Cabral custou R$ 2,3 milhões, segundo a declaração.

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